DestaqueUOL

O martírio de Tito: o frade torturado pela ditadura e sua luta pela sobrevivência




Reportagem sobre o período de prisão de Tito

O martírio de Tito: O sofrimento e resistência durante sua prisão

O período de prisão de Tito foi marcado por momentos de extrema violência e resistência. Dividido em duas partes, ele enfrentou a tortura e a pressão do regime militar brasileiro.

No início, Tito foi encarcerado no Presídio Tiradentes, juntamente com outros colegas religiosos, sob a acusação de ser aliado da ALN de Marighella. O delegado Sérgio Fleury foi responsável por torturá-lo violentamente nesse período inicial, como relembra Duarte-Plon.

A situação se agravou quando descobriram que Tito havia sido fundamental na obtenção do sítio de Ibiúna, onde o congresso da UNE aconteceu. Em 1970, ele se tornou alvo da Operação Bandeirantes, conhecida como “sucursal do inferno” pelos opositores do regime.

As torturas se intensificaram em fevereiro de 1970, quando a repressão descobriu seu papel na obtenção do sítio da UNE. Mesmo assim, Tito resistiu às pressões e se recusou a assinar um documento confessando atividades armadas, mesmo após dias de tortura com choques elétricos, pauladas e outros métodos brutais.

O governo de Emílio Garratazu sofria pressões internacionais para justificar a prisão de frades acusados de terrorismo, o que era inédito até então. Tito, por sua vez, permaneceu firme em sua negativa, mesmo diante das torturas mais cruéis.

Finalmente, em janeiro de 1971, Tito foi libertado como parte de uma troca de prisioneiros políticos pela libertação de um embaixador suíço sequestrado. Após passar pelo Chile e Itália, ele se fixou na França com o apoio de dominicanos.


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo