
Em uma coletiva realizada nesta quinta-feira (17), o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, divulgou uma importante medida relacionada ao cartão do Bolsa Família. A partir de agora, não será mais permitido utilizar o cartão do programa para efetuar apostas online, as conhecidas bets.
Durante a declaração à imprensa, Wellington Dias destacou que o objetivo da restrição é garantir que o cartão do Bolsa Família seja utilizado exclusivamente para necessidades básicas das famílias beneficiadas, como alimentação e outros itens essenciais. Segundo o ministro, os jogos de azar não se encaixam nesse perfil e, portanto, não poderão mais ser pagos com o cartão do programa.
O anúncio veio após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, onde foi discutida a importância de regularizar o uso dos cartões de crédito, incluindo o do Bolsa Família, para impedir que sejam utilizados em atividades relacionadas às apostas online.
No início de outubro, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) já havia adiantado a proibição do uso de cartões de crédito para apostas, que estava programada para entrar em vigor no início do próximo ano. Agora, a Caixa Econômica Federal estabelecerá um limite zero para pagamentos destinados a casas de apostas, buscando evitar que os cartões sejam utilizados para esse fim.
Ao mencionar os números preocupantes do Banco Central, que indicam que aproximadamente 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas somente no mês de agosto, o ministro ressaltou a necessidade de preservar a imagem do programa social e de seus beneficiários. A preocupação é evitar que o Bolsa Família seja estigmatizado devido ao uso inadequado dos recursos.
“Quando a gente olha toda a população brasileira, são 52 milhões de pessoas que jogam. Quando a gente olha o público do Bolsa Família, são 3 milhões. Quando a gente faz a proporção, são 52% de toda a população e 17,5% dos beneficiários do Bolsa Família que jogam. Quem usou o cartão [do programa] foi apenas 1,4%. Toda minha preocupação é em não demonizar o público do Bolsa Família e dos demais programas sociais”, concluiu o ministro em sua fala.
Diante dessa nova medida, espera-se que haja uma conscientização por parte dos beneficiários do Bolsa Família e um uso adequado dos recursos disponibilizados pelo programa. Fica claro que o governo está atento para garantir a destinação correta dos recursos públicos e evitar desvios de finalidade.