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Desabastecimento em Cuba: governo culpa permanência na lista de patrocinadores de terrorismo dos EUA. Racionamento atinge diversos setores, mas negam existência de fome.





Desabastecimento em Cuba: a influência da lista de países que patrocinam o terrorismo

Desabastecimento em Cuba: a influência da lista de países que patrocinam o terrorismo

Representantes do governo de Cuba no Brasil admitiram que a ilha está passando por um desabastecimento generalizado, afetando diversos setores importantes. De acordo com eles, a principal causa dessa crise é a permanência de Cuba na lista dos EUA de nações que patrocinam o terrorismo. Produtos essenciais como alimentos, medicamentos, insumos agrícolas e combustíveis estão sendo racionados, porém negam que haja fome no país.

O conselheiro da Embaixada de Cuba no Brasil, Melne Hernández, e o cônsul do país em São Paulo, Benigno Fernández, revelaram à Folha que os problemas começaram durante a pandemia de Covid-19. Antes do surto global, Cuba recebia mais de quatro milhões de turistas anualmente e estava ampliando suas relações comerciais com diversas empresas de todo o mundo. A retirada da ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo em 2016 por Barack Obama contribuiu para esse cenário favorável.

No entanto, a situação mudou drasticamente com a pandemia e, em janeiro de 2021, Donald Trump recolocou Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo, medida que não foi revertida até o momento pelo atual presidente Joe Biden. Isso tem gerado perdas diárias de aproximadamente US$ 13 milhões, de acordo com um documento da ONU de julho de 2023.

A inclusão nessa lista de países com sanções pesadas tem impactos significativos em diversos setores, não apenas em questões de segurança, mas também no comércio e nas finanças. Empresas que negociam com Cuba e bancos que oferecem financiamentos ao país podem sofrer sanções dos EUA e de países parceiros. Até o uso de cartões de crédito internacionais é bloqueado quando os turistas estão na ilha.

Para enfrentar esse cenário, Cuba busca diversificar suas fontes de receita, atraindo mais turistas, investimentos privados e parcerias comerciais. O país vê no Brasil um parceiro importante e está buscando formas de aumentar o fluxo de turistas brasileiros, reativar voos diretos, atrair empresas de energia renovável e modernizar o setor agrícola.

Apesar dos desafios, o governo cubano está buscando alternativas para superar essa crise complexa e encontrar soluções para o desabastecimento que afeta o país. A esperança é de que medidas sejam tomadas em breve para reverter a situação e permitir a recuperação econômica de Cuba.


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