Governador do Pará decreta situação de emergência ambiental
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou nesta terça-feira (27) a decisão de decretar situação de emergência ambiental em todo o estado. A medida tem como objetivo combater a crescente quantidade de focos de queimadas, agravados pela emissão de fumaça, baixo índice de chuvas e piora da qualidade do ar.
Segundo Barbalho, a situação de emergência terá validade por 180 dias e proíbe o uso do fogo para atividades como limpeza e manejo de áreas. Além disso, o decreto estabelece punições penais, civis e administrativas para quem descumprir as determinações, visando proteger a floresta e a saúde da população.
O governador destacou que, somente no mês de julho, o Pará registrou 3.300 focos de queimadas, representando um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em agosto, foram identificados 6.600 pontos de queimadas, um acréscimo de 40% em comparação com o mesmo período de 2023.
Barbalho ressaltou a importância de conter o avanço das queimadas para preservar a natureza e a vida. Dados do Cemaden e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade alertaram para os impactos do fenômeno La Niña em 2024, tornando o Pará mais vulnerável a desastres ambientais, incluindo os incêndios florestais.
A Secretaria do Meio Ambiente destacou que o aumento das queimadas está relacionado às condições climáticas adversas deste ano, que foi apontado como o mais quente da história. O país enfrenta um aumento de 78% nos focos de incêndio em comparação com o ano anterior, com 109.943 registros até o momento.
Segundo Ana Paula Cunha, pesquisadora de secas do Cemaden, a falta de chuvas contribui para o aumento de focos de queimada, principalmente devido ao uso de fogo para práticas de manejo do solo. Em anos muito secos, as condições favoráveis para o alastramento do fogo e a perda de controle são potencializadas.
O decreto de situação de emergência ambiental no Pará visa conter o avanço das queimadas e proteger a população e o meio ambiente do estado. É fundamental que a população siga as orientações e evite o uso do fogo para atividades que possam colocar em risco a preservação da natureza.
