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Falta de cultura de segurança na aviação pode ter desencorajado tripulação a relatar problemas em aeronave, diz especialista da Anac





Recentemente, o coordenador de Certificação em Aeronavegabilidade da Anac, Antonio de Quadros Andrade Júnior, levantou a questão sobre a cultura de hierarquia na aviação que pode desencorajar os comissários a fazerem registros importantes. Essa afirmação veio à tona em um documento ao qual a nossa coluna teve acesso, onde Andrade Júnior expressou sua preocupação com a situação.

A Agência Nacional de Aviação Civil realizou uma inspeção na Regional Linhas Aéreas, uma empresa da VoePass em processo de certificação. Surpreendentemente, foi constatado que o manual da Regional é idêntico ao da VoePass, com várias referências à companhia em diversos trechos. O documento foi assinado em 18 de julho, levantando questionamentos sobre os procedimentos adotados pela empresa.

Diante dessa situação, a VoePass foi procurada para comentar o assunto e garantiu que não há nenhum tipo de veto à comunicação de problemas por parte da tripulação em suas aeronaves. Além disso, a empresa reforçou que segue as melhores práticas do setor, com um Departamento exclusivo para a gestão da Segurança Operacional e canais de comunicação acessíveis para reportes de possíveis riscos operacionais.

A VoePass também ressaltou que todos os manuais e procedimentos são revisados e aprovados pela autoridade aeronáutica, seguindo os padrões do fabricante das aeronaves e certificados por órgãos internacionais. Essas medidas visam garantir a segurança e a qualidade das operações realizadas pela companhia.

No entanto, em 9 de agosto, um trágico acidente envolvendo um avião da VoePass chocou o país. A aeronave caiu em Vinhedo (SP), na rota Cascavel-Guarulhos, resultando na perda de 62 vidas. Esse acontecimento levantou ainda mais questões sobre a segurança e os procedimentos da empresa.


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