O embate entre Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes

No dia 15 de setembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez declarações polêmicas sobre o ministro do STF, Alexandre de Moraes, em resposta a mensagens publicadas pela imprensa. Segundo Bolsonaro, as mensagens revelam que o problema de Moraes com ele é “pessoal”. No entanto, o ex-presidente não explicou em detalhes as razões por trás dessa afirmação, limitando-se a dizer que aguarda novas reportagens para esclarecer o assunto, dada a extensão do material obtido pela imprensa.

Em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal, Bolsonaro expressou sua convicção de que há um viés pessoal nas ações de Moraes contra ele. “É claro. Só não enxerga quem não quer”, afirmou o ex-presidente. Ele também reconheceu sua vulnerabilidade no contexto atual, referindo-se a si mesmo como o “elo mais fraco dessa corrente”.

As mensagens revelam que Moraes teria ordenado, de modo não convencional, a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar suas decisões no inquérito das fake news, em curso no Supremo Tribunal Federal. Além disso, os alvos da investigação, em diversos casos, teriam sido escolhidos diretamente pelo ministro, como foi o caso do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.

O gabinete de Moraes se manifestou por meio de nota, afirmando que todos os procedimentos foram realizados de maneira oficial e regular, e que o Tribunal Superior Eleitoral tem competência para produzir relatórios sobre atividades ilícitas ligadas às eleições. Apesar de não haver irregularidades comprovadas, a atuação de Moraes levanta questões sobre a possibilidade de os investigados contestarem a validade das provas obtidas através desse processo.

Diante desse cenário, lideranças bolsonaristas estão preparando um pedido de impeachment contra o ministro Moraes. No entanto, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) acredita que tal processo não terá chances de ser aprovado no Senado. Para ele, embora haja indícios de abuso, o impeachment do ministro não se concretizará.