Eleições na Venezuela – Suspeitas e Incertezas
Após um dia que transcorreu de maneira pacífica e com uma grande participação de eleitores, as eleições presidenciais na Venezuela foram marcadas pela suspeita de irregularidades.
Passaram-se mais de seis horas entre o fechamento das mesas eleitorais e a divulgação dos resultados. Neste período, o Conselho Nacional Eleitoral não disponibilizou nenhum resultado oficial, nem mesmo o número total de venezuelanos que participaram das eleições, gerando incertezas sobre o processo eleitoral.
O candidato até então desconhecido, Edmundo González Urrutia, tornou-se o favorito nas pesquisas às vésperas das eleições, surfando no apoio da campanha de María Corina Machado. No entanto, a demora na divulgação dos resultados levantou questões, levando alguns veículos de imprensa, como o The Washington Post, a divulgarem pesquisas de boca de urna que indicavam uma vantagem para González. A oposição afirmava que esta era a tendência real.
A crescente popularidade de González talvez tenha sido subestimada pelo chavismo, que, diante de uma votação maciça a favor do candidato opositor, decidiu paralisar a divulgação dos resultados, gerando uma reviravolta. Maduro, segundo o órgão eleitoral afim ao governo, obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% de González.
O processo eleitoral foi marcado por denúncias de irregularidades, como a inabilitação de María Corina Machado e a exclusão da votação da diáspora venezuelana. O chavismo deu sinais contraditórios, permitindo a candidatura de González, mas impedindo outras formas de participação democrática.
O desfecho das eleições na Venezuela traz incertezas não apenas para o país, mas também para a América Latina, com a expectativa do posicionamento de países vizinhos, como Colômbia e Brasil. A incógnita sobre o futuro político do país permanece, com o temor de fraudes e a esperança de mudanças.
