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Viver perto de áreas verdes na meia-idade pode retardar declínio cognitivo na velhice, mostra estudo da Universidade de Boston.




Estudo mostra que viver perto de áreas verdes pode retardar declínio cognitivo na terceira idade

Estudo mostra que viver perto de áreas verdes pode retardar declínio cognitivo na terceira idade

Uma pesquisa liderada por uma pesquisadora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, revelou que viver próximo de áreas verdes, como parques e espaços arborizados, durante a meia-idade pode contribuir para retardar o declínio cognitivo na velhice. O estudo, publicado recentemente na revista Environmental Health Perspective, traz importantes descobertas sobre os benefícios para a saúde mental relacionados à exposição à natureza em nível populacional.

O atraso no declínio cognitivo foi particularmente significativo em pessoas que residem em bairros mais pobres e densamente povoados, assim como naqueles que possuem o gene apoe, associado a um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer. A autora principal do estudo, Marcia Pescador Jimenez, ressaltou a relevância dos resultados, destacando que a exposição à natureza pode trazer benefícios específicos para grupos vulneráveis da população.

Para conduzir a pesquisa, os cientistas utilizaram dados do Nurses’ Health Study, que acompanha o desenvolvimento de doenças crônicas em mulheres desde 1976. O estudo envolveu mais de 16.000 enfermeiras com mais de 70 anos, que foram avaliadas em relação à função cognitiva através de entrevistas telefônicas e análise de imagens de satélite para mensurar os níveis de vegetação ao redor de suas residências.

Os resultados apontaram que uma exposição maior à vegetação durante a meia-idade estava associada a níveis mais elevados de função cognitiva e a um declínio mais lento ao longo do tempo, particularmente em portadores do gene apoe. A pesquisa indicou que indivíduos com esse gene e maior exposição à natureza apresentaram um declínio cognitivo três vezes mais lento em comparação com aqueles sem o gene.

Esta pesquisa inovadora é a primeira a explorar como diferentes características ambientais podem influenciar a relação entre natureza e cognição em indivíduos portadores do gene apoe. Com o objetivo de identificar medidas de proteção para prevenir ou retardar o comprometimento cognitivo, o estudo ressalta a importância de preservar e criar espaços verdes, especialmente em áreas de baixa renda.

Em um cenário onde doenças como o Alzheimer podem surgir até duas décadas antes dos sintomas se manifestarem, a pesquisa destaca a relevância de promover a saúde cognitiva desde a meia-idade. Além disso, o estudo destacou o papel da saúde mental na relação entre exposição à natureza e cognição, sugerindo que a presença de vegetação pode impactar o declínio cognitivo ao longo do tempo através da saúde mental.

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