Servidoras da Polícia Rodoviária Federal denunciam casos de assédio em audiência na Câmara dos Deputados: negligência e impunidade são apontadas.

15/07/2024 – 20:26

Servidoras da Polícia Rodoviária Federal denunciaram, em audiência na Câmara, casos de assédio na instituição. A funcionária terceirizada Denise Lara Lacerda sustentou ter sofrido assédios sexual e moral. A engenheira relatou que, depois de um colega denunciar a situação à chefia e ela ser chamada a testemunhar, passou a sofrer perseguições e acabou sendo demitida.

A servidora administrativa Sabrina Pereira Soares Damasceno também relatou ter sido vítima de assédio sexual em 2015, quando ainda estava em estágio probatório. Segundo disse, ao não corresponder às investidas de seu então chefe imediato, se tornou vítima de assédio moral e perseguições. Ela era lotada em Minas Gerais, seu estado natal, e teve de se transferir para o Espírito Santo em consequência do caso, conforme narrou na audiência.

De acordo com a policial Pamela Pereira Vieira, até hoje a Polícia Rodoviária Federal não tem sequer alojamento e banheiro femininos. Diante disso, sustentou que as mulheres são submetidas a situações constrangedoras no ambiente de trabalho. A denúncia de casos de assédio na PRF tem gerado discussões sobre a transparência e punição dos agressores.

O corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Vinicius Behrmann Bento, afirmou que a falta de clareza nas definições legais dificultava o combate aos casos de abuso. Somente no ano anterior, houve avanços na diferenciação entre assédio sexual e outras condutas inapropriadas, tornando possível punir os agressores de forma mais eficaz.

Após a realização de uma audiência pública sobre assédio moral e sexual na PRF, a deputada Erika Kokay destacou a importância de investigar as denúncias e punir os responsáveis. A Comissão de Legislação Participativa foi responsável por promover o debate e trazer à tona a gravidade dos casos de assédio na instituição.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Ana Chalub