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Perda de um pensador ilustre: o país lamenta a morte de um dos mais notáveis intelectuais.

Carlos Henrique Escobar, um dos grandes nomes do pensamento político brasileiro. Fonte: Arquivo pessoal

Filósofo, dramaturgo, poeta e professor, Carlos Henrique Escobar foi um dos grandes nomes do pensamento político brasileiro da década de 1960 a meados de 1990.

Nascido em Santos (SP) em 1933, ele ingressou na militância do PCB (Partido Comunista Brasileiro) aos 13 anos e dois anos depois foi preso. Em 1973 foi detido e torturado pela ditadura Militar.

Aos 17 anos, escreveu sua primeira peça de teatro, “Antígona América”, produzida pela atriz Ruth Escobar, com quem viria a se casar. Mas foi por meio dos livros escritos nos anos seguintes, entre obras filosóficas, de poesia e ensaios, que ele se firmou na elite intelectual do país.

Entre suas principais obras estão: “Proposições para uma Semiologia e uma Linguística” (1973), “Marx Trágico” (1993), “Marx: Filósofo da Potência” (1996), “Nietzche … (Dos Companheiros)” (2000) e “Zaratustra – O Corpo e os Povos da Tragédia” (2000).

“Ele me cobrava de forma rígida ler livros que ele achava importantes. Quando eu tinha 7 anos ele já me perguntava se eu já tinha idade para ler o ‘Pequeno Príncipe’, por exemplo”,

Maria Clara Escobar, filha do filósofo

Autodidata, Carlos Henrique recebeu em 1986 o título de notório saber, concedido pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), da qual foi professor por cerca de 35 anos. Em 1992, ele foi autorizado pela UFRJ a fazer o doutorado direto, sem a necessidade de participar das aulas, na na Escola de Comunicação da universidade, que havia ajudado a fundar.

Ele também fundou o Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF (Universidade Federal Fluminense), da qual também foi professor, assim como das Facha (Faculdades Integradas Hélio Alonso) e da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).

“Meu pai era uma pessoa que, na minha primeira infância, significou sempre conversar com o impossível. Ele me incentivava a inventar e a criar, seja histórias, versões ou até mesmo futuros possíveis para minha vida”

Maria Clara Escobar, filha do filósofo

Carlos Henrique Escobar se aposentou em 2000 e se mudou para Portugal com sua companheira Ana Sachetti e seu filho Emílio. Ele morreu em Aveiro no dia 2 de agosto, aos 89 anos, de causas naturais. Deixa a atual esposa e os filhos Patrícia, Maria Clara e Emílio.


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