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Proposta de Biden para finalizar conflito em Gaza divide governo israelense e ameaça estabilidade da coalizão de Netanyahu.




Proposta de cessar-fogo em Israel e Gaza

Ultradireita ameaça “dissolver” governo de Israel

O assessor de Netanyahu Ophir Falk afirmou em entrevista publicada neste domingo (02/05) no jornal britânico Sunday Times que, apesar de “vários detalhes que precisam ser trabalhados”, o governo israelense aceitaria a proposta. “Não é um bom acordo, mas nós queremos muito os reféns libertados, todos eles.”

O acordo, no entanto, arrisca desestabilizar a coalizão de governo de Netanyahu, após dois de seus ministros ameaçarem deixar o gabinete se a proposta for aprovada.

O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, chegou a afirmar que seu partido “dissolverá o governo” se o pacto for assinado. O também ultradireitista Belazel Smotrich, titular do Ministério das Finanças, se opôs à proposta e defendeu a continuação da guerra até a destruição total do Hamas.

Contudo, o líder da oposição Yair Lapid e o membro do gabinete de guerra Benny Gantz expressaram apoio à proposta e prometeram ajudar o governo a aprová-la no Knesset (Parlamento israelense) se os aliados de Netanyahu se recusarem a fazê-lo.

O que diz a proposta

Em seu primeiro discurso delineando um possível fim para o conflito, o presidente dos EUA disse que a oferta em três estágios de Israel começaria com uma fase de seis semanas em que as forças israelenses se retirariam de todas as áreas povoadas de Gaza.

O plano também incluiria a libertação de todos reféns, em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos. Israel e o Hamas negociariam então, durante essas seis semanas, um cessar-fogo duradouro – mas a trégua continuaria enquanto as conversações estivessem em andamento. A proposta inclui ainda o início de um grande esforço para reconstrução de Gaza.

Em um comunicado na noite de sexta-feira, o Hamas disse que “considerava positivamente” o discurso de Biden sobre “um cessar-fogo permanente, a retirada das forças israelenses de Gaza, a reconstrução e a troca de prisioneiros”.

O grupo militante vem insistindo há dias que está disposto a chegar a um acordo para libertar os reféns em troca de prisioneiros palestinos nas prisões israelenses, desde que Israel termine a guerra em Gaza, onde mais de 36.400 pessoas já foram mortas, de acordo com fontes médicas ligadas à administração da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.

Em declaração conjunta divulgada neste fim de semana, os governos americano, catari e egípcio fizeram um apelo para que os dois lados aceitem a proposta.


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