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Defesa do cardeal promete recorrer após veredito em caso de compra de edifício de luxo em Londres pela Santa Sé

Cardeal condenado por fraude financeira na Santa Sé

Em uma reviravolta chocante, o cardeal italiano Angelo Becciu foi condenado por fraude financeira na Santa Sé. O julgamento, que durou mais de 85 audiências, resultou em penas que variam de quatro anos a mais de 13 anos de prisão, além de sanções financeiras, para os dez réus envolvidos no escândalo. O ex-número dois da Secretaria de Estado, principal órgão do governo central da Santa Sé, foi demitido de todas as suas funções em setembro de 2020.

O caso gira em torno da compra, por € 350 milhões, de um edifício de luxo em Londres entre 2014 e 2018, no âmbito das atividades de investimento da Santa Sé. Este escândalo tem reavivado o debate sobre a falta de transparência nas finanças da Santa Sé, com revelações sobre escutas telefônicas e procedimentos obscuros realizados por meio de uma série de intermediários.

O promotor de Justiça Alessandro Diddi reforçou a gravidade dos crimes cometidos pelos réus, que incluem fraude, peculato, abuso de poder, lavagem de dinheiro, corrupção e extorsão. O advogado do cardeal, Fabio Vignone, anunciou que irá apresentar recurso, ressaltando que respeitam o veredito, mas discordam da decisão.

Reforma e transparência

Desde a sua eleição em 2013, o Papa Francisco tem buscado limpar as operações financeiras da Santa Sé, em um esforço para aumentar a transparência e reduzir a corrupção. Ele reformou o sistema judicial para que bispos e cardeais possam ser julgados por leigos, e não mais exclusivamente por seus pares religiosos.

Embora a condenação do cardeal Becciu represente um duro golpe para a Santa Sé, o Papa Francisco reiterou o compromisso em garantir a transparência e a integridade nas finanças da instituição. Resta saber como a Santa Sé irá lidar com as repercussões deste escândalo e como irá reforçar suas medidas de controle e supervisão financeira no futuro.

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