Brics e outros países discutem situação da Faixa de Gaza em reunião marcada por discursos de 36 nações em Kazan, Rússia
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O presidente da China, Xi Jinping, fez um pronunciamento ressaltando a ascensão coletiva do Sul Global como uma transformação sem precedentes na história mundial. Ele enfatizou que os países do Sul Global enfrentam grandes desafios e devem desempenhar um papel ativo na reforma da governança econômica global, colocando o desenvolvimento como prioridade na agenda econômica e comercial internacional.
Sobre a guerra na Faixa de Gaza, Xi Jinping defendeu a promoção de um cessar-fogo abrangente e a busca por uma solução de dois Estados para a região. Ele também destacou a importância de evitar que o conflito se espalhe para outros países, como o Líbano.
A cúpula ampliada do Brics reuniu representantes de 36 países e contou com a participação de seis organizações internacionais, incluindo o chefe da ONU, António Guterres. Dentre os países convidados estavam Cuba, Bolívia, Venezuela, Turquia, Vietnam, Indonésia, Bangladesh, Malásia, além do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
Durante a reunião, o presidente russo Vladimir Putin destacou a necessidade de uma transição para uma ordem mundial mais equitativa, criticando práticas como sanções econômicas unilaterais e interferência em assuntos internos de outros países. Putin também ressaltou a importância de resolver a questão palestina para alcançar a paz no Oriente Médio, além de propor reformas nas estruturas financeiras globais.
O chanceler indiano, S. Jaishankar, mencionou a importância de buscar a multipolaridade real e destacou a necessidade de reformas nos bancos internacionais. António Guterres, secretário-geral da ONU, elogiou os esforços por um mundo baseado no multilateralismo e pediu a restruturação das dívidas dos países mais vulneráveis.
Em resumo, a reunião em Kazan foi marcada por discursos que ressaltaram a importância da cooperação internacional e da busca por soluções coletivas para os desafios globais, como a crise na Faixa de Gaza e a necessidade de reformas nos organismos internacionais para melhor atender às necessidades dos países em desenvolvimento.