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Crise climática na Amazônia: Pescador indígena enfrenta desafios com a seca extrema no rio Solimões em Porto Praia de Baixo.

Crise de seca afeta comunidade na Terra Indígena Porto Praia de Baixo, na Amazônia

Os moradores da Terra Indígena Porto Praia de Baixo, localizada na região de Tefé (AM), estão enfrentando uma crise severa devido à extrema seca que assola a região. Onisson Gonçalves, um indígena kokama conhecido por sua destreza na pesca de peixes lisos no rio Solimões, viu sua sorte mudar drasticamente nos últimos anos devido à diminuição do nível das águas e à escassez de peixes na região.

Anteriormente, Onisson era reconhecido como um dos melhores pescadores da comunidade, garantindo uma subsistência confortável para sua família por meio da pesca de espécies como surubim, caparari e dourada. No entanto, com as secas extremas de 2023 e 2024, a realidade da comunidade mudou abruptamente, transformando o trecho do Solimões em frente a Porto Praia em um deserto.

A reportagem da Folha, que visitou a região em 2023 e retornou recentemente, mostrou a paisagem árida e os efeitos devastadores da seca para as mais de cem famílias que habitam o território. A falta de água no rio resultou no fim da atividade de pesca e forçou os indígenas a buscarem alternativas de sobrevivência.

A seca persistente tem impactado diretamente a reprodução dos peixes, dificultando a vida dos pescadores locais. Onisson, em entrevista, expressa sua preocupação com o futuro da comunidade e alerta para a necessidade de preparação das gerações futuras para enfrentar os desafios climáticos que assolam a região.

A situação na Terra Indígena Porto Praia de Baixo reflete o grave contexto das mudanças climáticas na Amazônia, com a escassez de água e a diminuição da produtividade da pesca impactando diretamente a vida dos habitantes locais. A comunidade enfrenta desafios diários para garantir sua subsistência e se adaptar à nova realidade imposta pela crise ambiental.

É fundamental que medidas de mitigação e adaptação sejam implementadas para auxiliar os indígenas a superar essa crise e preservar seus meios de vida tradicionais. A solidariedade e apoio externo se fazem necessários para garantir a sobrevivência e o bem-estar das comunidades afetadas pela seca na região amazônica.

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