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O PCC e as Fake News: Desmistificando as Notícias Sensacionalistas
No último mês, o procurador Marcio Sergio Christino ministrou uma aula a policiais, promotores e juízes do Mato Grosso, onde desmistificou informações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC) que circulam na mídia. Especialista em crime organizado, Christino destacou a falta de base científica e lógica em muitas notícias relacionadas à facção criminosa.
Durante o evento organizado pela Esmagis-MT, Christino abordou diversas teses sem comprovação, como a equiparação do PCC à máfia siciliana, a suposta rede de postos de combustíveis pertencente à facção e os planos de infiltrar-se na política. Ele questionou os valores mencionados sobre o dinheiro movimentado pelo grupo, ressaltando a falta de fundamentos para tais afirmações.
Christino refutou comparações que sugerem que o PCC poderia se tornar no Brasil o que a Cosa Nostra se tornou na Itália. Ele enfatizou que, ao contrário da máfia siciliana, o PCC não possui o poder de infiltrar-se no estado brasileiro devido à estrutura consolidada do país. O procurador destacou que o Brasil não está em um estágio de construção política que permitiria a atuação do grupo de forma similar à máfia italiana.
Sobre a possível entrada do PCC na política, Christino argumentou que o ambiente político brasileiro não facilita a participação de candidatos ligados ao crime organizado. Ele desafiou afirmações sensacionalistas, como a suposta propriedade de postos de combustível e refinarias pela facção, apontando contradições lógicas nessas narrativas.
O procurador também criticou a disseminação de fake news que atribuem ao PCC participação em esquemas descabidos, como fraudes em máquinas de pegar bichinhos de pelúcia. Ele alertou para os danos causados ao imaginar um poder quase onipresente do grupo criminoso, gerando medo e especulações na sociedade.
Por fim, Christino questionou informações divulgadas sobre a existência de uma milícia em São Paulo, ressaltando a importância de dados confiáveis e lógica nas narrativas apresentadas. O procurador encerrou destacando a necessidade de uma abordagem mais responsável e embasada em relação às notícias que envolvem organizações criminosas como o PCC.