Vladimir Putin oferece ao Brasil mais um mandato à frente do banco dos Brics, mantendo Dilma Rousseff na presidência por mais cinco anos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, surpreendeu ao confirmar nesta quinta-feira (24) que ofereceu ao Brasil a oportunidade de continuar na presidência do banco dos Brics por mais um mandato. Essa proposta manteria Dilma Rousseff como chefe do principal instituição financeira do bloco por mais cinco anos, já que o mandato dela se encerra em julho de 2025. A decisão foi anunciada durante a 16ª Cúpula dos Brics, realizada em Kazan, na Rússia.

Putin explicou que a Rússia propôs estender a presidência do Brasil e de Dilma Rousseff porque o Brasil preside o G20 este ano, e no próximo ano passará a liderar as atividades do Brics. O presidente russo justificou a proposta considerando o momento de conflito vivido pelo seu país em relação à Ucrânia. Segundo ele, ter uma liderança russa à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) poderia gerar problemas na condução da instituição financeira.

Durante uma coletiva de imprensa, Putin destacou a importância de separar os problemas regionais da Rússia das responsabilidades internacionais, afirmando que a Rússia lidará com seus próprios desafios. A Agência Brasil tentou obter um posicionamento da assessoria de Dilma Rousseff sobre a proposta de continuação no cargo, porém não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) atualmente financia cerca de 100 projetos no valor de aproximadamente US$ 33 bilhões. A instituição desempenha um papel fundamental na estratégia de ampliar os investimentos nos países do bloco e do Sul Global. Durante a cúpula dos Brics deste ano, Dilma Rousseff defendeu a expansão do grupo e a utilização de moedas locais para o financiamento dos países membros.

A ex-presidente brasileira assumiu a presidência do banco em março de 2023, sucedendo Marcos Troyjo. A indicação para a presidência do NDB é feita por meio de um rodízio entre os países membros, e segundo as regras do banco, a próxima presidência deveria ser da Rússia. Dessa forma, a proposta de Putin representa uma quebra nesse padrão estabelecido.

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