Demora no diagnóstico do câncer de mama: um problema no Brasil
No mês de julho de 2023, Aline Garcia, na época com 39 anos, descobriu um caroço em seu seio. O processo para o diagnóstico desse caroço, que se revelou ser um tumor maligno do tipo Luminal 2, foi marcado por desafios e atrasos.
Aline seguiu as orientações corretas ao procurar uma Unidade Básica de Saúde, realizou consultas e exames, mas mesmo assim enfrentou dificuldades. Após meses de espera, decidiu recorrer à rede particular para realizar a mamografia, que teve um resultado inconclusivo.
Com a persistência das alterações no seio e a incerteza sobre o diagnóstico, Aline enfrentou mais atrasos para realizar a ultrassonografia e a biópsia. Somente em abril de 2024, no Cepon de Florianópolis (SC), iniciou seu tratamento, no qual já se passaram nove meses desde a descoberta do caroço.
O caso de Aline não é isolado. Milhares de pacientes no Brasil enfrentam a demora no diagnóstico do câncer de mama, desrespeitando prazos estipulados por lei. Mesmo com determinações que visam agilizar o diagnóstico e tratamento, como a Lei de 2019 e a Lei 12.732 de 2013, muitos pacientes ainda sofrem com a lentidão do sistema de saúde.
Em estados como Santa Catarina, a demora para a realização da biópsia histopatológica é alarmante, com 36% dos pacientes realizando o exame fora do prazo. A situação se agrava em locais como o Amazonas, onde 81% dos pacientes enfrentam atrasos, enquanto no Rio Grande do Sul, o indicador é bem mais baixo, com 9%.
A necessidade de um diagnóstico rápido é destacada por especialistas, que apontam que a descoberta precoce do câncer de mama aumenta as chances de cura e facilita o tratamento. No entanto, a realidade mostra que muitos pacientes enfrentam longos períodos de espera e atrasos nos exames.
É fundamental que o sistema de saúde brasileiro melhore a agilidade no diagnóstico do câncer, garantindo que todos os pacientes tenham acesso rápido aos exames necessários para um tratamento eficaz.
