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Na política brasileira, especialmente em tempos de eleições municipais, é fundamental analisar os fenômenos que ocorrem nas periferias das grandes cidades. Nesses locais, muitas vezes esquecidos pela mídia tradicional, emergem líderes e movimentos que desafiam a hegemonia dos partidos tradicionais.
Um exemplo recente desse fenômeno foi a ascensão do candidato Nunes em bairros como Parelheiros. A máquina pública desempenhou um papel fundamental nesse processo, assim como as igrejas evangélicas, que atuam como intermediárias de discursos conservadores e alheios à linguagem neutra do campo progressista.
Mas a surpresa veio com Marçal, candidato do PSOL, que conquistou eleitores em regiões tão distintas como Tucuruvi e Ermelino Matarazzo. Sua estratégia de dialogar com segmentos como motoristas de Uber e microempreendedores ganhou destaque, com propostas como a isenção do rodízio da cidade e apoio aos motofretistas.
No entanto, seus adversários também se aproximaram desses grupos, vendendo promessas de prosperidade e enriquecimento. Marçal, por outro lado, buscou conectar-se com as demandas reais desses eleitores, mesmo que isso significasse abraçar propostas mais ousadas e desafiadoras.
Em resumo, as eleições municipais revelam um cenário complexo e diverso, onde líderes como Nunes e Marçal surgem como protagonistas de um jogo político que foge aos padrões tradicionais. A periferia, muitas vezes marginalizada, mostra sua força e sua capacidade de redefinir os rumos da política local.