Médicos são demitidos após Prefeitura de São Paulo revogar situação de emergência da dengue

No último dia 4, médicos que atendiam na rede municipal de saúde da cidade de São Paulo foram demitidos após a Prefeitura revogar a situação de emergência da dengue. Esses profissionais, que foram contratados a partir de abril para reforçar o atendimento em Unidades Básicas de Saúde, Assistência Médica Ambulatorial e Centros de Saúde, foram desligados de suas funções, deixando pacientes sem atendimento.

De acordo com o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), os cortes foram anunciados às vésperas do primeiro turno das eleições, gerando preocupação e críticas. A revogação da situação de emergência da dengue foi oficializada pelo secretário municipal da saúde, Luiz Carlos Zamarco, e a pasta confirmou as demissões, alegando a redução de pacientes sintomáticos e a queda nos casos confirmados de dengue nas últimas semanas como justificativa.

O investimento municipal no combate à dengue foi de R$ 430 milhões, incluindo contratações, insumos, exames e tendas de atendimento. No entanto, com a desmobilização da estrutura emergencial, os profissionais temporários foram dispensados, causando preocupação entre pacientes e equipe médica.

O presidente do Simesp, Augusto Ribeiro, questionou a decisão de demitir os médicos mesmo com a queda nos casos de dengue e levantou a possibilidade de os cortes estarem relacionados ao período pré-eleitoral. Em maio, a cidade de São Paulo se tornou o epicentro da dengue, registrando um grande número de casos e mortes. Porém, os números caíram significativamente nos meses seguintes.

Apesar das demissões, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que o serviço poderá ser reativado em caso de novo aumento de casos da doença, deixando em aberto a possibilidade de retorno dos médicos dispensados.