Agência Aima pode lançar novo concurso para contratação de pessoal

A Agência para Integração, Migrações e Asilo (Aima) admitiu, em comunicado enviado ao Público Brasil, a possibilidade de realizar um novo concurso para contratação de pessoal. Após um processo seletivo que previa o preenchimento de 58 vagas, apenas 19 foram ocupadas, gerando questionamentos sobre a resistência em trabalhar na agência.

Dentre os principais motivos para a falta de interesse em trabalhar na Aima estão o excesso de trabalho, a baixa remuneração e a dificuldade do governo em resolver questões que impactam a eficiência dos serviços prestados pela agência.

A nota oficial da Aima ressalta que a agência tem realizado esforços para reforçar sua capacidade de resposta por meio de procedimentos de contratação pública. Caso não seja possível preencher todas as vagas do último processo seletivo, um novo concurso será lançado para suprir as oportunidades remanescentes, mantendo um padrão de qualidade adequado para as funções desempenhadas.

Desde sua criação em outubro de 2023, em substituição ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a Aima enfrenta desafios e acumula mais de 400 mil processos pendentes. Em Lisboa, onde há problemas para preencher vagas, relatos apontam para condições precárias e longas filas de imigrantes em busca de regularização.

Ameaça de greve e desafios

Trabalhadores da Aima anunciaram anonimamente ao Público Brasil a possibilidade de greve a partir de agosto, devido às más condições de trabalho, exigindo remuneração por horas extras e eliminando expedientes abusivos. A agência enfrenta dificuldades em preencher as vagas, inclusive em concursos internos restritos a funcionários públicos.

Advogados apontam que mesmo com todas as vagas preenchidas, a Aima ainda enfrentaria gargalos, pois o número de contratados é limitado e é necessário um treinamento prévio para atuar na agência. Medidas tecnológicas e simplificações administrativas estão sendo implementadas para agilizar a resolução dos processos em atraso.

Retrato atual e desafios futuros

Atualmente, a Aima conta com 700 funcionários, parte dos antigos 1.708 do extinto SEF. A transição não foi tranquila, com solicitações de transferência e resistência. A agência busca soluções para resolver os problemas pendentes e garantir a eficiência no atendimento aos imigrantes que dependem de seus serviços.

Em um contexto em que a imigração ativa é essencial para a economia portuguesa, o papel da Aima se torna ainda mais relevante. Os desafios persistem, mas a agência segue em busca de soluções para melhorar seu desempenho e cumprir sua missão de integração, migrações e asilo.