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Datena causa urticária no PSDB ao desafiar o establishment político em busca da candidatura ao governo de São Paulo.




Análise da candidatura de Datena no PSDB

O impacto da candidatura de Datena no PSDB

O cálculo do amigo, dita sem papas na língua, provoca urticária nos idealizadores da candidatura de Datena no PSDB, partido que elegeu três dos últimos cinco prefeitos da maior cidade do Brasil. Dois deles deixaram o posto para disputar o governo do estado (José Serra, em 2006, e João Doria, em 2018). O outro foi Bruno Covas, que morreu em 2021, um ano depois de ser reeleito.

O próprio Datena, quando o entrevistei no fim de junho, falou do sonho de se tornar senador. Mas garantiu: ir até o fim da disputa em São Paulo era questão de honra.

É a partir da candidatura de Datena que o comando nacional do PSDB pretende iniciar a reconstrução daquele que já foi um dos principais partidos do país. O impulso vem de São Paulo, onde há poucos meses toda a bancada tucana de vereadores foi ceifada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Desde a pré-campanha Datena dá sinais de que será um candidato, digamos, peculiar. Aos 67 anos, e com um histórico de problemas de saúde, como diabetes e uma série de cirurgias no coração, ele diz que não tem gás para fazer corpo-a-corpo todo dia. “Não sou candidato a Moisés”, costuma dizer.

Acostumado a falar sozinho em um programa de TV durante mais de duas décadas, ele tem provocado ruídos em entrevistas e participações em debates – geralmente mostrando impaciência e irritação quando a palestra é interrompida. O jeito verborrágico e cheio de palavrões fora do estúdio também é outro desafio a quem tenta domar o touro.

Alguns desses palavrões costumam ser direcionados a pessoas do próprio partido. Parte não queria a sua candidatura por nada. Preferia apoiar Tabata Amaral, do PSB, ou ser “fagocitada” de vez por Nunes e o bolsonarismo.


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