
Após a aprovação da reforma da reforma do ensino médio pela Câmara dos Deputados em julho, surge a questão: quanto tempo deve-se esperar para propor uma nova mudança legislativa? Essa dúvida tem permeado minha mente nos últimos dias.
Não é incomum no Brasil vermos o processo de “reforma da reforma” sendo debatido em diversas áreas, como previdência, eleições e, mais recentemente, tributação. O constante reformismo levanta questões sobre a política nacional e o motivo por trás dessas mudanças contínuas. Analisando o novo ensino médio, aprovado recentemente, podemos entender melhor esse fenômeno.
Muito tem se falado sobre as mudanças substanciais feitas no ensino médio com o Substitutivo do deputado Mendonça Filho. Aprovado em votação simbólica, o novo texto descartou diversas alterações feitas no Senado e agora está prestes a ser sancionado pelo presidente, com pouca oposição de partidos como Psol, PDT e PC do B.
O substitutivo trouxe algumas mudanças significativas, como a ampliação da carga horária da Formação Geral Básica, a manutenção das 3.000 horas totais ao longo dos três anos, a necessidade de escolha de itinerários formativos pelos alunos, entre outras alterações. Todas essas mudanças visam aprimorar o ensino médio e preparar os estudantes para o futuro, com diretrizes a serem implementadas até 2025.
Para entender a reforma da reforma, precisamos voltar a 2017, quando a reforma original foi proposta como uma solução para os problemas de qualidade e evasão no ensino médio. Desde então, várias alterações foram feitas, mas os desafios persistem, como altas taxas de repetência e evasão, além de desigualdades regionais e estruturais no sistema educacional.
A nova reforma do ensino médio foi apresentada como resposta às críticas e pressões da comunidade escolar, professores e estudantes em relação aos efeitos da reforma de 2017. A votação recente na Câmara dos Deputados mostra a complexidade política envolvida nesse processo, com interesses divergentes e negociações constantes para garantir apoio.
Diante desse cenário, é inevitável pensar: qual será a próxima etapa da “reforma da reforma”? A pressão por mudanças no ensino médio continuará, refletindo o constante debate político e a busca por melhorias na educação. O caminho a seguir dependerá não apenas de boas intenções, mas da capacidade de articulação e negociação no Legislativo.
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