A ousada jornada de Luiz Aragão pela Trilha TransEspinhaço
A Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso (RBTLC) é um projeto em busca de consolidação há anos. No entanto, a Trilha TransEspinhaço, que se inicia em Ouro Branco, no sul de Minas Gerais, e se estende até a divisa com a Bahia, passando pelo Parque Nacional das Sempre Vivas, em Diamantina, ainda não possui uma aba oficial na rede. Foi com o intuito de incluir esse bioma múltiplo no mapa da RBTLC que o militar aposentado e ex-chefe do Parque Nacional de Itatiaia, Luiz Aragão, decidiu embarcar em uma jornada de 740 quilômetros em 50 dias.
O objetivo de Aragão era testar o traçado e a logística da Trilha TransEspinhaço, que teoricamente totalizaria 1.200 quilômetros, para compartilhar suas descobertas com o comitê da trilha. Ao longo de sua jornada solitária, o hiker não encontrou outros aventureiros nas “espinhas” mineiras, evidenciando a falta de conhecimento dos brasileiros sobre a rota. Além disso, o tracklog disponível era impreciso, tornando a caminhada ainda mais desafiadora.
No entanto, as dificuldades enfrentadas por Aragão não se resumiram à falta de infraestrutura e sinalização ao longo da trilha. O abastecimento precário de alimentos ao longo do percurso foi um dos principais empecilhos, levando o explorador a recorrer a alimentos liofilizados para suprir suas necessidades nutricionais. A falta de apoio local e voluntariado também se mostraram essenciais para o sucesso da jornada.
Diante dos obstáculos enfrentados, Aragão destaca a importância de focar em três trilhas no Brasil – Rota das Araucárias, Transmantiqueira e TransEspinhaço – como prioridades para preservação e desenvolvimento. Sua experiência revela a necessidade de investimento em infraestrutura, sinalização e apoio local para garantir o futuro dessas trilhas de longo curso no país.