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Rafael Gontijo*
No cenário atual, onde a inteligência artificial se torna cada vez mais relevante, é imprescindível que o Brasil saia da inércia e comece a se preparar para as mudanças inevitáveis que estão por vir. Em uma analogia bastante pertinente, podemos dizer que o país tem ignorado a presença dos elefantes enquanto se distrai coletando pequenos amendoins.
Outros países, como China e Alemanha, estão discutindo ativamente os impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho. Essa discussão é crucial para definir o futuro econômico e social de uma nação. No entanto, o Brasil parece estar alheio a esse debate, atuando mais como um observador do que como um participante ativo.
A produtividade da mão de obra brasileira já é considerada baixa se comparada com economias mais desenvolvidas. E, com a chegada da IA, a necessidade de requalificação profissional se torna ainda mais urgente. Muitos tomadores de decisão no país parecem ignorar esse fato, o que pode resultar em sérias consequências no futuro próximo.
É fundamental que políticas públicas voltadas para o mercado de trabalho do futuro sejam debatidas e implementadas o quanto antes. O emprego e a renda são questões que afetam diretamente a população e devem estar no centro das discussões políticas, independentemente de ideologias partidárias.
A substituição de profissões tradicionais por automatização e inteligência artificial já é uma realidade em muitos setores. Até mesmo empregos atualmente considerados estáveis, como o transporte por aplicativos, estão ameaçados pela evolução tecnológica. O Brasil precisa se adaptar rapidamente para acompanhar essas mudanças e garantir a empregabilidade de sua população.
Em vez de se contentar com debates superficiais e polarizados, a classe política brasileira deve priorizar temas relevantes, como a preparação para o futuro do trabalho. É hora de abandonar o circo ideológico e focar em questões cruciais para o desenvolvimento do país. A era da inteligência artificial chegou, e o Brasil não pode mais se dar ao luxo de ignorar sua presença.
*Rafael Gontijo é advogado e profissional sênior de relações governamentais
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