A proliferação dos jogos de azar no Brasil tem gerado grande preocupação e demanda urgente por ações eficazes. Tornou-se essencial que o poder público atue de maneira vigorosa para controlar essa prática, considerando-a uma contravenção penal de acordo com a legislação vigente. Desta forma, é imprescindível adotar medidas contundentes, principalmente em relação às plataformas de redes sociais, como o Instagram, a fim de proteger seus usuários, principalmente os mais jovens, dos severos riscos envolvidos nos jogos virtuais ilegais.
A presença maciça de publicidade de cassinos online no Instagram evidencia que a plataforma se tornou um local propício para a disseminação desses conteúdos. Isso ocorre devido à atuação de crianças e adolescentes como influenciadores digitais, sem os cuidados legais necessários e também pela falha do Instagram em moderar e controlar a circulação desse tipo de conteúdo.
A empresa detentora do Instagram, Meta, respondeu às críticas sobre a publicidade de cassinos na plataforma indicando que tal divulgação requer autorização prévia e incentivando os usuários a denunciarem conteúdos inadequados. No entanto, as reclamações dos usuários parecem não surtir efeito, uma vez que a plataforma raramente toma medidas efetivas a respeito dessas denúncias.
A falta de transparência da Meta em relação aos mecanismos para impedir o uso indevido de perfis para divulgar apostas e a ausência de ações concretas diante de denúncias por parte dos usuários são questionamentos cruciais. A empresa também não disponibiliza relatórios públicos que comprovem a eficácia de suas ações de moderação.
Diante desse cenário, a responsabilidade pelo combate a essa situação parece recair sobre os próprios usuários do Instagram, que, apesar de serem instados a denunciar conteúdos inadequados, muitas vezes não o fazem. Enquanto isso, a Meta continua lucrando no mercado brasileiro sem assumir devidamente os impactos negativos de seu modelo de negócios, especialmente em relação aos usuários mais jovens, em desacordo com a legislação vigente.
