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Exposição na Cinemateca Brasileira revela 60 anos de resistência democrática no Brasil através de filmes e imagens históricas







Exposição “Sobre Nós – 60 anos de Resistência Democrática no Brasil”

Brasil: 60 Anos de Resistência Democrática em Exposição

A partir desta terça-feira (2), um importante capítulo da história brasileira é revelado no galpão da Cinemateca Brasileira. A exposição “Sobre Nós – 60 anos de Resistência Democrática no Brasil”, organizada pelo Instituto Vladimir Herzog, traz à tona imagens e filmes que retratam momentos cruciais de defesa da democracia e luta pela liberdade.

Um dos destaques da exposição é um vídeo registrado pelo cineasta Eduardo Escorel que mostra o cortejo após a morte do secundarista Edson Luís, ocorrida durante um protesto no Rio de Janeiro em 1968. Esse trágico evento serviu como catalisador para a icônica Passeata dos Cem Mil, considerada uma das maiores manifestações populares contra o regime ditatorial.

Rogerio Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, ressalta a importância de revisitar o passado do Brasil e de promover uma cultura de responsabilização política e judicial para aqueles que cometem crimes em nome do Estado. A exposição celebra a memória de Herzog, jornalista assassinado brutalmente em 1975, e destaca a necessidade de enfrentar os fantasmas do passado para fortalecer a democracia.

O evento aborda ainda episódios atuais que ecoam os períodos sombrios da história brasileira. Um documentário intitulado “Domingo no Golpe” expõe a invasão dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro aos prédios dos três Poderes em Brasília, em 2021, como um alerta da fragilidade democrática do país.

Além disso, a exposição destaca o papel crucial da imprensa na resistência contra a censura e arbítrios do regime ditatorial. Cartuns de Ziraldo, sambas-enredos censurados e críticas à violência policial são alguns dos elementos presentes na mostra que evidenciam a importância da produção cultural independente para a manutenção da democracia.

Luis Ludmer, um dos curadores da exposição, enfatiza a necessidade de proteger e valorizar as instituições democráticas, inspirando as pessoas a se engajarem ativamente na defesa da democracia. “Democracia só existe quando todos participam ativamente e é legitimada pela sociedade”, destaca o cineasta.


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