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Camila Sosa Villada desafia críticas e lança livros no Brasil em defesa da linguagem travesti





Na última edição da Feira do Livro em São Paulo, a escritora Camila Sosa Villada provocou os espectadores com a pergunta: “O que aconteceria se as travestis olhassem leitores diretamente nos olhos?”. A questão faz parte do cerne de seu livro “Tese sobre uma Domesticação”, que retrata a história de uma atriz trans que desafia a sociedade sem necessidade de piedade.

Em sua passagem pelo Brasil, a autora argentina lançou três obras, mostrando o reconhecimento caloroso que tem recebido por aqui. Além do romance pela Companhia das Letras, também divulgou um ensaio sobre escrita e poemas. Sua presença foi marcante no primeiro fim de semana do evento, com a mesa mais lotada da Feira.

O encontro com Camila Sosa Villada foi uma defesa apaixonada da linguagem travesti, que segundo ela, não deve se submeter aos padrões convencionais. Ela enfatizou que a linguagem transgênero irá enriquecer o universo literário de uma maneira única.

A autora ressaltou a importância da presença de pessoas trans na escrita, destacando as dificuldades enfrentadas por essa comunidade no mercado editorial. Ela mencionou a falta de representatividade e os obstáculos que ainda precisam ser superados.

Um dos aspectos mais interessantes de sua obra é a abordagem da instituição familiar. Na visão de Sosa Villada, a família é vista de uma forma diferente, muitas vezes se assemelhando a uma máfia. Ela critica a imagem tradicional da família e destaca a importância das amizades verdadeiras.

O evento foi marcado por uma questão técnica que afetou a tradução simultânea, impedindo que a voz da autora fosse ouvida adequadamente. Apesar disso, por alguns minutos, o microfone de Camila Sosa Villada foi liberado, gerando entusiasmo no público presente.


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