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Violência política no México: candidatos enfrentam ataques e democracia é desafiada pela ação de organizações criminais.





Ataques têm se agravado nos últimos anos. “Esses candidatos buscam competir de uma forma natural, legítima. Essa violência existe há alguns anos, mas tem se agravado neste ano. É uma situação que a democracia mexicana terá de enfrentar”, afirma.

Política da guerra às drogas está no cerne da violência, avalia professor. “O México é um país que, desde a década de 1970, utiliza a abordagem da guerra às drogas. Mas o que tem se revelado é que esse negócio [das drogas] como atividade econômica não para e as organizações envolvidas conseguem arrecadar recursos cada vez maiores e acabam conseguindo ampliar a capacidade e poder, de fogo e enfrentamento”, avalia.

Ataques a políticos e à população releva poder de organizações criminais no país. “De alguma maneira a essa onda de violência a candidatos está vinculada às organizações criminais e à falta de capacidade política de se enfrentar isso”, diz Flores. O professor ressalta ainda que países que estão na rota das drogas para os Estados Unidos enfrentam cenários de violência semelhantes.

Corrupção dentro do sistema político. Flores afirma que a regulação do comércio de substâncias ilícitas contribuiria para a redução da corrupção na atividade pública, uma vez que há denúncias de envolvimento de políticos e organizações criminais.

Vontade dos cartéis substitui pluralidade social, diz cientista político. Segundo Uriã Fancelli, mestre em Relações Internacionais pelas Universidades de Groningen (Países Baixos) e Estrasburgo (França), a violência política coloca a democracia em risco. “Quando a população comum tem receio de se candidatar, necessitando de autorização dos integrantes dos cartéis para não correr o risco de serem assassinadas, ou é coagida a votar nos candidatos dos cartéis, como ocorre com o voto de cabresto na América Latina, não há representatividade real”, afirma.

Confiança no processo político x violência

Para Uriã Fancelli, a confiança no processo político é colocada em xeque. “Essa violência generalizada corrói a confiança no processo político e eleitoral, criando uma atmosfera de medo e intimidação que compromete a probabilidade de eleições livres e justas”, afirma.


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