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A pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), dois homens foram presos ontem (31) por ameaça de morte a Alexandre de Moraes e familiares. O fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira e um suspeito identificado por Oliveirino de Oliveira Junior passaram por audiência de custódia e tiveram as prisões mantidas pelo magistrado instrutor, desembargador Airton Vieira, do gabinete do ministro.
Em sua decisão, Moraes afirma que os fatos apontados pela PGR são graves e apontam os fortes indícios de autoria dos crimes pelos dois homens. Segundo o ministro, ambos tinham a intenção “consciente e voluntária” de “restringir o exercício livre da função judiciária, notadamente quanto às investigações decorrentes dos atos praticados” em 8 de janeiro de 2023.
Fuzileiro naval tem mais de 20 anos de carreira, o que motivou a participação da Marinha na ofensiva. Raul Fonseca de Oliveira é segundo-sargento, segundo o Portal da Transparência, e recebe R$ 8.252,10 mensais. Ele foi condenado no ano passado pela Justiça Militar em um caso de abandono de posto e recorre no STM (Superior Tribunal Militar). Procurada, a Marinha informou que não se manifesta sobre processos investigatórios em curso e diz estar à disposição da justiça para prestar informações.
Suspeitos foram presos em São Paulo e no Rio de Janeiro. A Polícia Federal também cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nas duas capitais. Segundo a corporação, as ordens judiciais têm como objetivo “complementar evidências em torno de violentas ameaças sofridas por familiares” do ministro.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou “provas suficientes da existência do crime e indícios razoáveis de autoria”. O PGR destacou também a “gravidade das ameaças, sua natureza violenta e indícios de que há monitoramento da rotina das vítimas” ao embasar pedido prisão. “A medida é assim, proporcional, ante o risco concreto à integridade física e emocional das vítimas”, argumentou Gonet.
“O conteúdo das mensagens, com referências a ‘comunismo’ e ‘antipatriotismo’, evidencia com clareza o intuito de, por meio das graves ameaças a familiares do Ministro Alexandre de Moraes, restringir o livre exercício da função judiciária pelo magistrado do Supremo Tribunal Federal à frente das investigações relativas aos atos que culminaram na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito em 8 de janeiro de 2023”
Trecho dos pedidos de prisão feitos pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Este texto está sendo atualizado.