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Prefeitura do Rio suspende show de Bruno Mars às vésperas das eleições e planeja polêmico estádio para Flamengo no centro histórico.




Caos e promessas: a cidade fora da ordem

Em 1991, Caetano Veloso lançou o álbum Circuladô, que incluía a canção Fora da Ordem. Pelas notícias semanais divulgadas pela prefeitura do Rio de Janeiro, as coisas continuam fora da ordem.

No dia 08 de maio, a municipalidade suspendeu os shows do cantor Bruno Mars, marcados para 04 e 05 de outubro de 2024, alegando não havia com condições para assegurar a segurança do público às vésperas da eleição em quaisquer eventos de grandes proporções.

Curiosamente, o show acontecerá nas mesmas datas, em São Paulo, com um contingente eleitoral superior à capital fluminense.

Além disso, antes das enchentes no Sul, que alteraram as datas do Campeonato Brasileiro, estava marcado na tabela oficial da CBF a realização de Fla x Flu, clássico tão importante que foi tombado como Patrimônio Imaterial pelo atual prefeito, em 2012, partida que geralmente conta com Maracanã lotado, caracterizando um evento de grandes proporções.

A realização de muitos jogos nos sábados que antecedem as eleições, para liberar o domingo, tem sido uma prática constante no futebol nacional, sem qualquer contestação dos envolvidos.

Uma semana depois, outro fato para atrair holofotes em ano eleitoral: a cessão da antiga Estação Barão de Mauá para a municipalidade com apresentação de um ambicioso projeto de intervenção no edifício e vizinhança imediata, conforme comentado em coluna aqui no DIÁRIO DO RIO.

Passados alguns dias, outra proposta grandiosa. A implantação do Parque do Porto, que foi apresentada com atraente apelo visual, sem definir com clareza os fundamentos do projeto e sua viabilidade, considerando fatores como impacto ambiental e consulta prévia aos diretamente envolvidos, também comentado aqui no DIÁRIO DO RIO.

A periodicidade semanal de novidades sugere uma iniciativa organizada para se manter nos meios de comunicação em ano eleitoral, assim como fazia seu padrinho político original, praticamente o inventor dos “factóides”, como tais atitudes passaram a se denominadas.

Continuando a campanha subliminar pré-eleições, no dia 28 de maio de 2024, a prefeitura manifestou-se publicamente a favor da construção do novo estádio do Clube de Regatas do Flamengo na área do antigo gasômetro, oferecendo-se para intervir até mesmo com a desapropriação da área, se assim se fizer necessário.

Alguns pontos devem ser considerados:

– o Clube de Regatas do Flamengo há muito tempo merece um estádio digno do tamanho de sua torcida (sempre fui torcedor do América), que por motivos variados jamais foi construído. Em outros tempos, havia o estádio da Gávea, com sua arquibancada íngreme, absolutamente insuficiente até mesmo para jogos menores. Recentemente, a agremiação administra majoritariamente, junto com o Fluminense, o estádio do Maracanã, com capacidade para cerca de 80 mil espectadores;

– a Prefeitura promoveu uma desapropriação recente para implantação do Parque Piedade, onde funcionava a Universidade Gama Filho. Os valores foram contestados pelos administradores da massa fal… 


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