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Senado aprova indicações de embaixadoras do Brasil em meio à crise entre Venezuela e Guiana.

O Senado aprovou nesta terça-feira (12) as indicações de Glivânia Maria de Oliveira para o cargo de embaixadora do Brasil na Venezuela, e de Maria Cristina de Castro Martins, como embaixadora brasileira na Guiana. As diplomatas assumirão os cargos em meio à crise envolvendo a disputa entre os dois países pelo território de Essequibo, que faz fronteira com o Norte do Brasil.

Durante a sabatina na Comissão de Relações Exteriores, Glivânia Oliveira enfatizou que irá atuar pela preservação da paz na região e destacou a importância da mediação entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, que acontecerá no próximo dia 14. Ela ressaltou que os esforços brasileiros em busca da interlocução e da preservação da paz na região estarão no mais alto das prioridades.

A diplomata também destacou a importância da mediação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da Comunidade do Caribe (Caricom) no próximo encontro entre os presidentes. Maria Cristina de Castro Martins, indicada para a embaixada do Brasil na Guiana, também passou pela sabatina na mesma comissão.

A área de Essequibo é rica em minérios e pedras preciosas, e está sob controle da Guiana desde que o país se tornou independente, em 1966. Os britânicos apoiavam o próprio direito ao território com base no fato de que, em 1648, os espanhóis cederam toda a área a leste do Orinoco aos holandeses. Parte dessa terra foi posteriormente passada pela Holanda ao Reino Unido.

A Venezuela contesta essa divisão do território alegando que, como parte do Império Espanhol, havia a presença de religiosos espanhóis na área e, segundo o país, os holandeses nunca ocuparam a região à oeste do Rio Essequibo. A reivindicação existe mesmo antes de o país se tornar independente, ou seja, quando ainda era parte da Grã-Colômbia.

No dia 3 deste mês, venezuelanos aprovaram, em referendo, a transformação do território de Essequibo em um estado da Venezuela. Isso aumentou as tensões na região, com a Guiana considerando o referendo ilegal e reafirmando a validade do Laudo Arbitral de 1899, que estabeleceu a fronteira entre os dois países.

A aprovação das embaixadoras para os cargos é vista como uma tentativa de fortalecer a diplomacia brasileira na região e contribuir para a resolução pacífica do conflito territorial entre Venezuela e Guiana. A atuação das embaixadoras será crucial para o diálogo e a mediação na disputa, visando a preservação da paz na região.

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