Ainda em seu primeiro ano, a 57ª Legislatura da Câmara dos Deputados alcançou uma média de assiduidade entre parlamentares ligeiramente inferior à anterior, caindo de 92,16% para 90,83%. Diversos fatores podem ter contribuído para esse índice: o fim das sessões exclusivamente virtuais, obstruções e debates intensos nas comissões, longas reuniões no processo de reformulação das lideranças, dentre outros. No fim, 34 deputados não conseguiram atingir uma assiduidade igual ou superior a 75%. Ou seja, deixaram de comparecer a uma em cada quatro sessões deliberativas, aquelas que são de presença obrigatória.
A lista de principais ausências, porém, segue preservando alguns padrões da legislatura anterior. Um deles é a dificuldade que dirigentes partidários enfrentam para estabelecer uma presença constante em plenário: os nomes incluem os presidentes do União Brasil, Luciano Bivar (PE); do Podemos, Renata Abreu (SP) e do Avante, Luís Tibé (MG). O vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá (RJ), também consta dentre os nomes, bem como o líder do PL, Altineu Côrtes (RJ).
Dirigentes, a propósito, marcaram dois recordes na lista: Luciano Bivar foi o parlamentar mais ausente em plenário, deixando de participar de 43,97% das sessões. Ao todo, acumulou 51 faltas, todas elas justificadas à Mesa Diretora. Junior Lourenço (PL-MA), por outro lado, acumulou 34 faltas, um número muito menor, mas apenas dez dessas foram justificadas, não havendo justificativa oficial para as outras 24. O deputado passou parte de seu mandato em licença, o que aumentou a proporção de faltas por dia de exercício. Ao todo, faltou em 32,28% das sessões de seu mandato.
Dentre os deputados que exerceram mandato durante o ano inteiro, Washington Quaquá é o líder em faltas não justificadas, com 20 acumuladas, e 74,78% de assiduidade.
Também constam parlamentares cujas ausências se deram por motivos de força maior, plenamente justificáveis. Talíria Petrone (Psol-RJ) precisou entrar de licença no início do ano em razão do nascimento de sua segunda filha, enquanto Ivan Valente (Psol-SP) passou, em outubro, por uma cirurgia de transplante de rim, procedimento de alta complexidade e cuja doadora foi sua própria esposa, Vera Valente.
Outros deputados que tiveram passagem pelo Poder Executivo também tiveram assiduidade inferior a 75% no período em que exerceram o mandato parlamentar ao longo do ano. Exemplos disso foram Daniela do Waguinho (União-RJ), que começou o ano como ministra do Turismo até agosto, quando foi substituída por Celso Sabino; bem como Hugo Leal (PSD-RJ), que ocupa o cargo de secretário de Energia e Economia do Mar no estado do Rio de Janeiro, mas retornou em diversas oportunidades ao exercício do cargo.