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Privatização da Sabesp: Deputados que votaram a favor do projeto deveriam se comprometer a ceder seu patrimônio para amortizar prejuízo da população.







Deputados estaduais votam a favor do projeto de privatização da Sabesp

Na última semana, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o projeto de privatização da Sabesp com 62 votos a favor. No entanto, essa decisão tem causado preocupações e críticas por parte da população e especialistas. Caso o valor da tarifa suba bem acima da inflação ou a empresa que assumir a Sabesp não fizer os investimentos necessários na manutenção do sistema, repetindo o comportamento da Enel em São Paulo, os deputados estaduais que votaram a favor do projeto deveriam se comprometer a ceder seu patrimônio pessoal para amortizar o prejuízo da população.

A população teme as consequências de uma possível privatização da companhia de saneamento básico. Muitos cidadãos acreditam que, se a empresa não cumprir com suas responsabilidades, quem mais sofrerá serão as famílias mais vulneráveis, que já enfrentam dificuldades no acesso à água potável. Em contrapartida, os deputados que defenderam a privatização poderiam assumir um compromisso de responsabilidade social, caso a situação não alcance os resultados esperados.

A provocação serve para lembrar que parlamentares decidiram sobre algo vital como a água sem analisar o impacto que isso pode causar. A população espera que os representantes eleitos considerem as implicações sociais e econômicas de suas decisões.

O serviço da Sabesp está longe de ser perfeito, mas se hoje ele falha, com a periferia passando parte da semana sem água, imagine quando migrar para uma lógica guiada principalmente pela necessidade de dar lucro. Isso sem contar que provavelmente, o Estado (ou seja, todos nós) terá que criar um fundo com recursos próprios para amortizar a conta dos mais pobres.

Além disso, é importante considerar que vários países que passaram por processos de privatização da água enfrentaram desafios para garantir o acesso universal à água potável. Isso requer investimentos constantes, que podem não gerar retornos atraentes para as empresas privadas. Portanto, é necessário analisar de maneira mais criteriosa as repercussões dessa decisão para a população.

Apesar do déficit de saneamento básico no país, é crucial que o Estado brasileiro busque alternativas para garantir a ampliação do sistema de água e esgoto de forma sustentável. Essa não deve ser uma questão unilateral, e a iniciativa privada não pode ser vista como a única solução viável, pois a perspectiva de aumento de tarifas também deve ser levada em consideração.


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