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População da capital paulista elege cinco personalidades negras para novas esculturas públicas em homenagem à diversidade cultural.

A população da capital paulista escolheu os cinco nomes que serão homenageados com novas esculturas de personalidades negras. A lista inclui a Ialorixá Mãe Sylvia de Oxalá, a cantora Elza Soares, Chaguinhas, cabo condenado à morte que inspirou o nome do bairro paulistano da Liberdade, a filósofa e escritora Lélia Gonzales e o geógrafo Milton Santos. Essas informações foram divulgadas pela Secretaria Municipal de Cultura em breve.

As personalidades que serão homenageadas foram escolhidas em uma consulta pública realizada entre 10 e 25 de novembro, na qual as pessoas podiam escolher três nomes entre 14 indicados. A ação fez parte das celebrações do Dia da Consciência Negra. Além dos cinco escolhidos, outros candidatos eram o ex-senador e professor Abdias do Nascimento; os atores Grande Otelo, Mussum e Ruth de Souza, a líder quilombolaTereza de Benguela, a pioneira na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas Laudelina de Campos Melo, a médica e professora de música Iracema de Almeida e os engenheiros André e Antônio Rebouças.

De acordo com a secretária municipal de Cultura, Aline Torres, das 390 obras, no acervo de esculturas públicas da cidade, apenas cinco homenageavam pessoas negras. Com a inauguração das novas esculturas, o número passará para 15. Aline Torres destacou a importância da iniciativa como forma de representatividade e valorização da cultura afro-brasileira na cidade de São Paulo.

As cinco personalidades negras que foram homenageadas com estátuas nos últimos dois anos foram o atleta olímpico Adhemar Ferreira da Silva, a escritora Carolina Maria de Jesus, Deolinda Madre (Madrinha Eunice), o sambista Geraldo Filme, e Itamar Assumpção, ícone da música.

A escolha de Ialorixá Mãe Sylvia de Oxalá tem um significado especial, já que ela teve um papel fundamental na preservação e ensino do modo de vida, a valorização e desestigmatização do candomblé em São Paulo. Elza Soares, por sua vez, é reconhecida como um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB), além de ter uma história de vida marcada por reviravoltas memoráveis. Lélia de Almeida Gonzalez foi uma intelectual e ativista que participou de várias formas de resistência política ao regime militar. Por fim, Milton Santos foi um geógrafo brasileiro de renome, crítico do sistema capitalista e da globalização.

A homenagem a Chaguinhas, cabo negro condenado à morte no período do Império português, traz à luz um capítulo importante da história da cidade, relacionado à luta por justiça e igualdade. A escolha desses nomes reflete um esforço da cidade de São Paulo em reconhecer e valorizar a contribuição das personalidades negras para a cultura e história do país.

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