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Ministro Alexandre de Moraes nega prosseguimento de recurso de Bolsonaro contra decisão de inelegibilidade no TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, rejeitou hoje (5) o prosseguimento de um recurso extraordinário do ex-presidente Jair Bolsonaro contra a decisão que o tornou inelegível por oito anos. Em junho, Bolsonaro foi condenado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pela reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. Pela decisão, ele fica impedido de ser candidato até 2030.

No recurso negado por Moraes, a defesa de Bolsonaro alegava violação de regras da Constituição e, por isso, pedia que o caso fosse encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para Moraes, o pedido da defesa não preenche os requisitos necessários para ser aceito e encaminhado ao Supremo. Os advogados apresentaram ao menos 19 pontos que consideravam violação a regras constitucionais. Moraes destacou que a maioria dos questionamentos requer uma nova análise de fatos e provas, o que não seria possível por meio desse tipo de recurso.

Um dos pontos questionados foi a inclusão da chamada “minuta do golpe” nos autos do processo. Os advogados alegaram que o documento seria alheio ao processo, e que sua inclusão violou princípios constitucionais de segurança jurídica. A minuta do golpe diz respeito a um rascunho de decreto, não assinado, que foi encontrado na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, prevendo uma intervenção na Justiça Eleitoral para impedir o resultado da eleição presidencial.

O presidente do TSE frisou que a inclusão da minuta foi regular e que Bolsonaro não foi condenado com base nela, portanto não poderia alegar violação aos princípios constitucionais de ampla defesa ou segurança jurídica. Moraes ressaltou que a condenação de Bolsonaro se baseou em atos praticados para beneficiar sua candidatura, utilizando as prerrogativas de Presidente da República e bens e serviços públicos de forma indevida.

Em setembro, o TSE já havia negado um outro recurso de Bolsonaro contra a condenação, do tipo embargos de declaração. Ainda é possível que a defesa recorra diretamente ao STF.

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