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Morre aos 92 anos Alberto Costa e Silva, historiador e diplomata especialista em África; corpo será cremado em cerimônia restrita.

Um dos mais celebrados e respeitados intelectuais brasileiros, o acadêmico, diplomata, poeta, ensaísta, memorialista e historiador Alberto Costa e Silva faleceu na madrugada deste domingo (26), em sua residência, aos 92 anos, devido a causas naturais. A Academia Brasileira de Letras (ABL) anunciou que não haverá velório e seu corpo será cremado amanhã em um evento limitado à família.

Alberto Costa e Silva era um especialista na cultura e história da África, tendo sido embaixador do Brasil na Nigéria e no Benin. Sua morte representa uma perda significativa para o cenário intelectual do Brasil e do mundo. Segundo a ABL, ele deixou um legado de mais de 40 livros, que abrangem uma ampla gama de gêneros, incluindo poesia, ensaio, história, infantojuvenil, memória, antologia, versão e adaptação.

Eleito para a ABL em 2000, Alberto Costa e Silva ocupava a cadeira nº 9, na sucessão de Carlos Chagas Filho. Foi presidente da Academia no biênio 2002-2003 e ocupou diversos outros cargos importantes. Além disso, era sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História.

O interesse de Costa e Silva pela história da África foi despertado por livros influentes como “Os Africanos no Brasil”, de Nina Rodrigues, e “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freyre. Ele fazia parte das comitivas oficiais do Brasil nas cerimônias de independência da Nigéria, em 1960, evidenciando seu compromisso com o continente africano ao longo de sua carreira diplomática.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou homenagens a Alberto Costa e Silva em um comunicado na rede X (antigo Twitter), descrevendo-o como um dos mais importantes conhecedores da África no Brasil. Lula destacou o papel de Alberto na aproximação entre o Brasil e a África. Elogios também foram feitos pelos membros da ABL, que ressaltaram a vasta contribuição do historiador e africanista para a cultura brasileira.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) também expressou seu pesar pelo falecimento de Alberto Costa e Silva em uma nota oficial, reconhecendo sua valiosa contribuição para a política externa brasileira para a África. O embaixador deixa sete netos, uma bisneta recém-nascida e três filhos, todos associados ao Itamaraty.

A morte de Alberto Costa e Silva é uma perda irreparável para o Brasil, que se despede de um de seus mais proeminentes intelectuais do século XX. Sua ausência deixará um vazio no cenário acadêmico e literário do país, mas seu legado perdurará através de suas contribuições significativas para o estudo da história e cultura da África. A importância de seu trabalho e seu impacto duradouro serão lembrados e celebrados por gerações futuras.

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