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Senado aprova em regime de urgência projeto que facilita a regularização fundiária na Amazônia e aguarda sanção presidencial.

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira, 21 de março, em regime de urgência e com alterações, o substitutivo da Câmara ao Projeto de Lei (PL) 2.757/2022, que visa a extinção de cláusulas resolutivas constantes de títulos fundiários e facilita a regularização de antigas ocupações. A autoria do projeto é do senador Confúcio Moura (MDB-RO) e faz ajustes na Lei do Programa Terra Legal, também conhecida como Lei da Política de Regularização Fundiária da Amazônia ou Lei da Amazônia Legal, além de promover outros ajustes conexos com o tema nos casos de reforma agrária e de financiamento para a aquisição de imóvel rural com recursos do Fundo de Terras e da Reforma Agrária (FTRA).

O projeto foi aprovado em votação simbólica e relatado em Plenário pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI). Embora haja alterações no texto, a matéria será encaminhada à sanção presidencial. O texto extingue as condições resolutivas presentes em títulos de assentamento emitidos até 25 de junho de 2009, desde que o beneficiário tenha quitado o preço, a área total não exceda a 15 módulos fiscais, o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e não exista exploração de mão de obra em condição análoga à de escravo na área regularizada. É importante ressaltar que a extinção das condições resolutivas não isenta o beneficiário de eventuais infrações ambientais, trabalhistas e tributárias.

O relator, Marcelo Castro, destacou a importância do projeto para a região amazônica, afirmando que muitas pessoas foram assentadas e receberam títulos provisórios com cláusulas resolutivas desde a década de 1960. Com a aprovação do projeto, espera-se regularizar a situação de milhares de produtores rurais que ainda estão pendentes de regularização fundiária. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) parabenizou Confúcio Moura e defendeu a proposição, ressaltando a importância da titularização das áreas rurais para a obtenção de financiamento e a não especulação.

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) ressaltou que o projeto beneficiará milhares de produtores, regularizando suas terras e proporcionando a eles a oportunidade de produzir com tecnologia. Além disso, o projeto também promove ajustes na legislação vigente, como a troca do termo “posse direta” por “posse plena”, para adequar o texto do substitutivo à legislação em vigor.

O texto também prevê a atualização dos laudos de avaliação do grau de utilização da terra e do grau de eficiência na exploração, a fim de garantir que a propriedade atenda à função social. O projeto também contempla prestadores de serviços de interesses comunitários à comunidade rural ou à vizinhança da área em programas de reforma agrária, além de permitir a regularização da posse de lote em assentamento que tenha sido desfeito por razões sociais ou econômicas.

Com todas essas medidas, o projeto busca simplificar e agilizar a regularização fundiária, atendendo às demandas de milhares de produtores rurais, principalmente na região amazônica. Resta agora aguardar a sanção presidencial para que as medidas propostas entrem em vigor e beneficiem os produtores rurais de todo o país.

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