Agência BrasilDestaque

Vaticano autoriza pessoas transgênero como padrinhos e testemunhas em cerimônias religiosas católicas, diz escritório doutrinário.

Nesta quarta-feira, o Vaticano abordou a participação de pessoas transgênero nos sacramentos do batismo e do matrimônio, respondendo a perguntas feitas por um bispo brasileiro sobre a comunidade LGBT e sua relação com a Igreja Católica.

Segundo o escritório doutrinário do Vaticano, pessoas transgênero podem ser padrinhos em batismos católicos romanos, testemunhas em casamentos religiosos e receber o batismo, desde que não haja “risco de causar escândalo público ou desorientação entre os fiéis”. O cardeal argentino Víctor Manuel Fernández, chefe do departamento, assinou as três páginas de perguntas e respostas, que foram aprovadas pelo papa Francisco no dia 31 de outubro.

Francisco, que busca tornar a Igreja mais acolhedora à comunidade LGBT sem alterar os ensinamentos da instituição, tem sido ativo nesse sentido. O pontífice de 86 anos defende que a atração pelo mesmo sexo não é pecaminosa, mas que os atos entre pessoas do mesmo sexo são.

O documento do Vaticano respondeu também a perguntas sobre a participação de pessoas em um relacionamento do mesmo sexo no batismo de crianças adotadas por esses casais. A resposta foi que para que o filho de um casal do mesmo sexo seja batizado, é necessário que haja “uma esperança bem fundamentada de que seria educado na religião católica”.

O padre James Martin, jesuíta e defensor dos direitos LGBT na Igreja, comentou sobre as respostas do Vaticano, destacando que este é um importante passo para a Igreja ver as pessoas transgênero não apenas como pessoas, mas como católicas.

Essas respostas refletem a tentativa do Vaticano e do papa Francisco de equilibrar a tradição da Igreja com um maior acolhimento e compreensão da comunidade LGBT. Em julho, o papa se encontrou com pessoas transgênero e disse a uma delas: “Mesmo que sejamos pecadores, Ele (Deus) se aproxima para nos ajudar. O Senhor nos ama como somos”.

Portanto, as respostas do Vaticano indicam uma abertura a uma maior inclusão e aceitação da comunidade LGBT na Igreja Católica, ao mesmo tempo que mantêm a fidelidade aos ensinamentos e tradições da instituição.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo