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Réus são interrogados em audiência final do caso da morte de João Pedro; decisão sobre júri popular aguardada

Na última quarta-feira (13), ocorreu a última audiência da fase de instrução do processo da morte do menino João Pedro Mattos Pinto. João Pedro, de apenas 14 anos, foi morto por um tiro de fuzil durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, em 2020.

Os réus neste processo são três policiais civis: Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister. Eles respondem por homicídio qualificado. Na audiência, os três foram interrogados pela Justiça e agora o caso avança para a fase de alegações finais, tanto do Ministério Público do Rio de Janeiro, quanto do assistente de acusação e da defesa.

Após o depoimento dos réus, encerrou-se a fase de instrução criminal do processo. O Ministério Público terá cinco dias para apresentar os nomes e a qualificação técnica dos peritos responsáveis pelo laudo feito sobre o crime. Em seguida, as partes envolvidas terão 10 dias para se manifestar.

A mãe de João Pedro, Rafaela, afirmou estar com alta expectativa para a audiência. Segundo ela, essa fase vem sendo esperada há três anos e ela está confiante na justiça. Ela ressaltou a demora do processo como uma injustiça, já que os policiais envolvidos estão livres enquanto a sua família não pode seguir em frente.

Segundo a defensoria pública que atua pela família de João Pedro, as provas testemunhais corroboradas pela prova pericial são robustas e comprovam os fatos criminosos narrados na denúncia. Por isso, eles estão confiantes de que os réus serão pronunciados e levados a júri popular.

Por outro lado, o advogado que representa a defesa dos policiais afirmou que a legalidade da ação dos agentes foi demonstrada e que não houve dolo por parte deles. Alega-se que eles atuaram para repelir a ação criminosa dos elementos que estavam presentes no local.

O caso de João Pedro causou grande comoção e levantou debates sobre a violência policial e a impunidade. O adolescente foi morto enquanto brincava com seus primos na casa de familiares. A polícia alega ter sido alvo de disparos dos seguranças dos traficantes, o que teria iniciado a troca de tiros.

Porém, o Ministério Público Federal solicitou mais informações sobre a operação, levantando a possibilidade de ocultação de cadáver. João Pedro foi levado em um helicóptero da Polícia Civil e só foi encontrado 17 horas depois no Instituto Médico Legal. A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro aponta que os policiais alteraram o local do crime para criar vestígios de um confronto com criminosos.

O processo continua em andamento e até o momento nenhum dos policiais envolvidos foi condenado. A família de João Pedro e a sociedade aguardam por justiça e por respostas sobre as circunstâncias dessa trágica morte.

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