Uso da Guarda Civil em ações na Cracolândia é criticado por entidade.
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Essa ação violenta é apenas mais um episódio do histórico de violência contra os moradores de rua na Cracolândia. Neste sábado, 19 de agosto, é comemorado o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, em homenagem às vítimas do Massacre da Sé em 2004. Sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram gravemente feridas após um ataque enquanto dormiam na Praça da Sé.
A diretora executiva da Rede Liberdade, advogada Amarilis Costa, ressalta que a especulação imobiliária é um dos interesses por trás do poder exercido na Cracolândia. Além disso, ela afirma que o poder público tem falhado em lidar com a situação, pois a vulnerabilidade dessa população exige medidas de diversas áreas. Amarilis destaca a importância dos coletivos que têm se mostrado dispostos a ouvir as demandas das pessoas em situação de rua, enquanto a GCM (Guarda Civil Metropolitana) é usada de forma inadequada e até mesmo para constranger e criminalizar essas pessoas.
Ela também critica o projeto de isenção de IPTU, que é uma forma de resolver o problema de forma organizada, pois não articula soluções efetivas de acolhimento e redução de danos para quem está em situação de vulnerabilidade.
A prefeitura de São Paulo tem acompanhado de perto o fluxo de usuários de drogas na região da Cracolândia através de um painel de monitoramento. A contagem é realizada duas vezes ao dia e mostra que o volume de pessoas na região aumenta durante a tarde. Além disso, a prefeitura está investindo no monitoramento por câmeras, com a instalação de 20 mil câmeras de segurança programadas para reconhecimento facial.
É importante ressaltar que a Agência Brasil entrou em contato com a prefeitura e a Secretaria da Segurança Pública, mas ainda não obteve retorno. A situação dos moradores em situação de rua na Cracolândia requer uma atenção especial por parte das autoridades, a fim de garantir seus direitos e proteção.