Essa é a segunda tentativa por parte dos indianos de realizar um pouso exitoso na Lua. Em 2019, eles lançaram a Chandrayaan-2, que contava com um módulo de pouso contendo um rover e um orbitador lunar, que ainda está em operação. No entanto, durante a aproximação final para a alunissagem, em 6 de setembro daquele ano, ocorreu um acidente e o módulo se chocou com o solo lunar devido a uma falha de software nos motores de descida.
Agora, quase quatro anos depois, a missão Chandrayaan-3 representa uma versão aprimorada do módulo de pouso Vikram e do rover Pragyan utilizados na tentativa anterior. Diferentemente da Chandrayaan-2, dessa vez a nave não conta com um orbitador, apenas com um módulo de propulsão para as manobras em órbita.
O caminho até a Lua foi basicamente o mesmo nas duas missões. Primeiro, houve uma inserção à órbita terrestre, seguida por manobras para ampliação gradual do apogeu, ponto de maior distância da Terra. Em seguida, a nave foi capturada pela gravidade lunar. Depois, ocorreu uma manobra reversa, em que o módulo de propulsão foi utilizado para circularizar a órbita da Chandrayaan-3 em torno da Lua, com uma altitude média de aproximadamente 160 km, que foi alcançada na quarta-feira passada (16).
Após essa etapa, o módulo de propulsão foi ejetado e os quatro motores do Vikram foram responsáveis por ajustar a trajetória para uma órbita pré-pouso. Essa etapa é crucial e foi exatamente nela que falhou a missão russa Luna-25, no último sábado. O ponto mais próximo da superfície lunar, chamado perilúnio, é de 25 km, e o ponto mais distante, chamado apolúnio, é de 134 km.
A partir da altitude baixa de 25 km, o Vikram iniciará o procedimento final de descida em direção à superfície lunar, com o objetivo de pousar em uma região próxima ao polo sul do satélite natural.
Caso o pouso seja bem-sucedido, a Chandrayaan-3 cumprirá dois objetivos adicionais: realizar observações e experimentos com os instrumentos a bordo do módulo de descida Vikram e demonstrar as capacidades do pequeno rover Pragyan. No entanto, ambos têm um prazo de validade de cerca de 14 dias, que corresponde à duração da fase diurna do dia lunar. Isso ocorre porque esses dispositivos não foram projetados para resistir ao frio intenso que ocorre durante a noite lunar.
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