
A crise da saúde mental na geração Z
Uma pesquisa nos Estados Unidos revelou dados alarmantes sobre a saúde mental das crianças e adolescentes, indicando um aumento significativo nos casos de depressão e ansiedade. Esse fenômeno vem preocupando especialistas, como o psicólogo Jonathan Haidt, que aponta um possível motivo para esse cenário preocupante: o acesso irrestrito às redes sociais e aos smartphones.
De acordo com Haidt, a explosão no uso de smartphones e redes sociais, principalmente entre crianças e adolescentes, pode estar diretamente ligada ao aumento nos casos de automutilação e tentativas de suicídio em hospitais psiquiátricos. O lançamento do livro “A Geração Ansiosa”, previsto para julho no Brasil, aborda essa temática e levanta questionamentos sobre os impactos dessas tecnologias na saúde mental da juventude.
Um dos pontos destacados por Haidt é o momento em que as redes sociais se tornaram parte integrante da vida das pessoas, especialmente após a popularização de smartphones com acesso direto a essas plataformas. A partir de 2010, com a disseminação da câmera frontal nos celulares e o crescimento exponencial do Instagram, foi possível observar uma mudança significativa na forma como as crianças e adolescentes interagem com o mundo digital.
Para o psicólogo, a exposição precoce a essas tecnologias pode estar impactando o desenvolvimento saudável dos jovens, tornando-os mais propensos a problemas de saúde mental. A recomendação de estabelecer limites de idade para o uso de smartphones (13 anos) e redes sociais (16 anos) surge como uma medida preventiva diante da chamada “grande reconfiguração” provocada pela entrada massiva dessas ferramentas na vida das crianças.
Além disso, Haidt alerta para o papel dos pais e da sociedade em geral nesse contexto, ressaltando a importância de serem exemplos positivos e estabelecerem regras claras para o uso de celulares em família. A pressão social e a necessidade de pertencimento podem contribuir para o uso excessivo dessas tecnologias, o que reforça a importância de um debate mais amplo sobre o tema.
Diante desse cenário, as autoridades de saúde, como Vivek Murthy, têm se manifestado sobre os riscos à saúde mental associados ao uso indiscriminado de mídias sociais. A proposta de criar normas e orientações para regulamentar o acesso a essas plataformas ganha destaque como uma medida preventiva para proteger a saúde e o bem-estar das gerações futuras.