Para democratizar a cultura, é necessário considerar o interior. Essa é a opinião de Jamil Chade.

Segundo o jornalista, é fundamental levar a democratização cultural e educacional para além das grandes cidades brasileiras, alcançando também os interiores do país. Chade enfatizou que a educação e a cultura são pilares fundamentais para o fortalecimento da democracia, e que não existem atalhos nesse processo.
Durante o festival em Paracatu, Chade observou o interesse dos moradores da cidade e região pelas temáticas culturais e de direitos humanos abordadas no evento. Ele destacou a presença de autores renomados, como Conceição Evaristo e Mia Couto, que demonstraram estar sempre dispostos a ouvir. O jornalista afirmou que ficou impressionado com a postura atenta e receptiva dos escritores.
A 23ª edição do Fliparacatu contou com a participação de 70 escritores, sendo que 30% deles eram negros, incluindo a autora homenageada Conceição Evaristo e as premiadas Livia Sant’anna Vaz e Eliana Alvez Cruz. O evento ocorreu no Centro Histórico da cidade e reuniu representantes da literatura brasileira e lusófona. Além disso, o autor moçambicano Mia Couto foi homenageado.
Estima-se que cerca de 24 mil pessoas tenham assistido às palestras e mesas do evento, que teve como temas principais a ancestralidade, a arte, a literatura, os direitos humanos, a liberdade, a democracia, o respeito e o combate ao racismo. A ideia central do festival, segundo o curador Afonso Borges, foi o enfrentamento ao racismo, que possui relação direta com a desigualdade social, a violência e a democracia.
Apesar do fim do evento, todas as palestras ainda podem ser conferidas no canal do Fliparacatu no YouTube. Chade expressou sua expectativa e a da população para a próxima edição do festival, ressaltando a importância de manter esse espaço de debate e valorização da cultura e da educação acessível a todos os brasileiros.