
Os inimigos políticos declarados, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), sentaram-se à mesma mesa de negociações nesta terça-feira (12), diante do presidente Lula (PT), para tratar da crise ambiental em torno da mina da Braskem.
O encontro, em Brasília, contou com a presença do governador de Alagoas, Paulo Dantas, e do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, para discutir a crise ambiental envolvendo a mina da Braskem. Segundo a prefeitura de Maceió, o objetivo da reunião foi tratar sobre os últimos acontecimentos relativos ao rompimento da mina, ocorrido no domingo (10), e seus impactos para a cidade.
No mesmo dia, à tarde, o Senado realizou a sessão para a instalação da CPI da Braskem. Autor do pedido de investigação e integrante mais velho do colegiado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) marcou a reunião de instalação para às 15h. Na ocasião, os senadores escolheram o presidente e o relator do colegiado. Tanto no Palácio do Planalto quanto no Senado, um dos temas que foram abordados foi o déficit habitacional de aproximadamente 40 mil pessoas em Maceió, ampliado pelo afundamento de solo, processo que iniciou-se em 2018. Desde então, cerca de 60 mil pessoas precisaram ser realocadas.
O encontro com o presidente Lula também teve a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho; do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; além dos senadores Fernando Farias (MDB-AL) e Rodrigo Cunha (Podemos-AL).
A CPI deve se debruçar, entre outros pontos, sobre o rompimento da mina 18 da Braskem, em Maceió. O rompimento deu-se neste domingo (10). Segundo a Defesa Civil da capital alagoana, toda a área afetada estava desocupada e o rompimento não levou a tremores de terra ou ao comprometimento de minas próximas.
O desastre na capital alagoana foi causado pela exploração de sal-gema em jazidas no subsolo, ao longo de décadas, pela Braskem. O sal-gema é um tipo de sal usado na indústria química.
Falhas graves no processo de mineração causaram instabilidade no solo. Ao menos três bairros da capital alagoana tiveram que ser completamente evacuados em 2020, por causa de tremores de terra que abalaram a estrutura dos imóveis. Nas últimas semanas, o risco iminente de colapso tem mobilizado as autoridades.
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), solicitou uma reunião com o presidente Lula (PT) para falar sobre os impactos do rompimento na capital alagoana.