
Professores no Brasil recebem quase metade do salário de países da OCDE
No Brasil, os professores dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) estão enfrentando uma disparidade salarial significativa em relação aos docentes de países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de acordo com um relatório divulgado pela entidade.
De acordo com os dados do relatório Education at a Glance, os professores no Brasil recebem em média US$ 23.018 por ano, equivalente a cerca de R$ 128 mil. Esse valor representa uma diferença de 47% em relação à média dos 38 países da OCDE, que é de US$ 43.058 ao ano, aproximadamente R$ 237 mil.
Além disso, o Brasil ocupa a nona posição com o menor salário para os professores dos anos finais do ensino fundamental, comparado aos demais países analisados. Países da América Latina, como Chile e México, também estão à frente do Brasil em termos de remuneração dos docentes.
O relatório também revela que o Brasil é um dos poucos países que reduziu o investimento de recursos públicos na área da educação entre 2015 e 2021, passando de 11,2% para 10,6%. Além disso, o país apresenta um dos menores gastos por aluno na educação básica em comparação com outros países avaliados.
Em relação às condições de trabalho, os professores brasileiros enfrentam uma realidade mais desafiadora. Eles trabalham mais horas e lidam com turmas mais numerosas em comparação com a média da OCDE. Enquanto a carga horária dos professores brasileiros é de 800 horas letivas por ano, a média da OCDE é de 706 horas anuais. Além disso, a média de alunos por turma no Brasil é de 22, enquanto a média da OCDE é de 13 alunos por sala de aula.
Diante desse cenário, o relatório destaca a importância do trabalho dos professores e a diversidade de tarefas que desempenham, incluindo o ensino, a preparação de aulas, a avaliação de tarefas e a comunicação com os pais.