
Logística na Amazônia: Setores se Preparam para Suprir Efeitos da Seca
Os setores envolvidos no transporte de carga para Manaus (AM) através dos rios da região estão implementando medidas para mitigar os impactos da seca. No entanto, apontam que os pontos críticos de navegação no rio Amazonas durante a estiagem já são conhecidos historicamente e clamam por uma solução duradoura.
O coordenador da comissão de logística do Cieam, Augusto Cesar Rocha, enfatiza que, apesar do sobrecusto, a indústria está preparada para lidar com a seca, mas lamenta a falta de investimentos em infraestrutura na Amazônia.
As principais medidas para minimizar os efeitos da seca estão sendo adotadas pelos portos Chibatão e Super Terminais em Manaus, que investiram mais de R$ 20 milhões cada na instalação de píeres flutuantes para facilitar o carregamento de contêineres durante o período de baixa profundidade dos rios.
O trecho mais crítico no rio Amazonas, devido à seca e ao acúmulo de sedimentos, vai da foz de Madeira até a região do Tabocal, dificultando a navegação de grandes embarcações. Rocha sugere soluções mais duradouras, como a criação de canais para permitir que o rio se autorregule.
Para contornar a situação, o Porto de Vila do Conde, no Pará, é uma alternativa, embora a distância torne o transporte mais demorado. A utilização de modais rodoviários e aéreos também auxilia no abastecimento de Manaus, mas a conclusão da obra na BR-319 é necessária.
No ano passado, a crise logística gerou um sobrecusto de R$ 1,4 bilhão para a indústria, e as projeções apontam para um custo adicional de R$ 500 milhões devido à seca este ano. A expectativa é de que a seca atual seja mais severa do que a anterior, impactando o transporte de insumos e produtos da região.
O presidente da Aepam, Ulianov Mejia Echavarria, destaca que a seca também afeta a pesca na região, com a diminuição da oferta de peixes devido à falta de enchimento dos lagos. A expectativa é de uma safra ainda mais reduzida este ano, ameaçando o setor de pescados até o início das chuvas em novembro.
Investimentos em infraestrutura e soluções de longo prazo são essenciais para enfrentar os desafios logísticos na Amazônia e garantir o abastecimento da região durante períodos de seca.