
Suspensão do X/Twitter: A polarização política em alta
No último acontecimento envolvendo a suspensão da rede X/Twitter, a extrema direita tem utilizado o caso como mais um elemento para acirrar a polarização política, especialmente durante o período eleitoral. A estratégia consiste em transferir a responsabilidade para o campo democrático, mobilizando seus seguidores em torno de temas como censura, comunismo, bilionários de Hollywood, vacinas chinesas e chips de 5G, desviando o foco de questões municipais urgentes como creche, tarifa de ônibus, posto de saúde e segurança. A estratégia de inserir figuras como Maduro e Hamas no debate não é novidade e visa intensificar a divisão na sociedade.
Entretanto, mesmo diante desse cenário, é possível identificar um efeito colateral positivo: a drástica redução da disseminação de ódio e intolerância durante as eleições de 2026. A plataforma X/Twitter, sob o controle de Elon Musk, tornou-se um ambiente propício para o espalhamento de discursos de ódio, o que comprometia a qualidade do debate público. A falta de moderação de conteúdo na plataforma contribuiu para a amplificação de discursos extremistas e falsos, criando um ambiente de desinformação e intolerância.
A suspensão da rede não significa o fim do ódio nas redes sociais, mas certamente dificulta seu acesso e disseminação. Ao assumir a responsabilidade de moderar o conteúdo de forma extrema, a Justiça ocupou uma lacuna deixada pela plataforma. Contudo, é importante que essa ação seja realizada dentro de parâmetros racionais, considerando a complexidade do desafio.
Por fim, é importante destacar que a decisão de limitar o acesso ao VPN para evitar o uso do X/Twitter, com punições aos envolvidos, demonstra uma postura fora da realidade e contrária ao bom senso. A expectativa é que essa medida seja revista ou esclarecida, visando um equilíbrio entre liberdade de expressão e combate à propagação de discursos prejudiciais.