Agência BrasilDestaque

Taxa de crimes sexuais no estado de São Paulo aumenta, segundo Instituto Sou da Paz, com destaque para estupro.

Os crimes de natureza sexual no estado de São Paulo apresentaram um crescimento uniforme, de acordo com a última edição do Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV), do Instituto Sou da Paz. O estupro, por exemplo, teve sua média de IECV subindo de 14,70 em 2021 para 16 em 2022, representando um aumento significativo.

Além disso, todos os subíndices que compõem o resultado do IECV mostraram piora, levando a um resultado geral negativo. Os crimes de homicídio e latrocínio, medidos pelo IECV Vida, subiram de 3,82 em 2021 para 4,33 em 2022. Da mesma forma, o IECV Patrimônio, que avalia os roubos, passou de 5,42 para 5,76 no mesmo período.

O IECV, lançado pela primeira vez em 2018, é calculado a partir da média ponderada de três subíndices: crimes letais (homicídio e latrocínio), crimes contra a dignidade sexual (estupro) e crimes contra o patrimônio (roubo – outros, roubo de veículo e roubo de carga). Todos os municípios do estado com pelo menos 50 mil habitantes são avaliados sob esses critérios.

Os dados revelam que a média das cidades analisadas no IECV foi de 7,57 para todos os municípios paulistas com mais de 50 mil habitantes em 2021, aumentando para 8,61 em 2022. Ao considerar apenas as 10 cidades com os piores índices, como Peruíbe, Caraguatatuba, Mongaguá e Cruzeiro, a média foi para 14,2 em 2021 e 15,4 em 2022.

No caso do IECV Litoral, o relatório mostra que em 2021, Peruíbe, Mongaguá, Caraguatatuba e Itanhaém estiveram entre as 10 piores IECV Litoral e IECV Geral. Já em 2022, Ubatuba, Itanhaém e Bertioga se juntam a estas cidades nas duas listas. Os municípios do litoral paulista Guarujá, São Vicente, Cubatão e Santos, melhoraram suas posições.

Em relação a esses resultados, Rafael Rocha, pesquisador do Instituto Sou da Paz, destacou que a piora nos índices pode ser decorrente dos ecos da pandemia que afetaram os indicadores criminais em 2021. Ele ressaltou a importância dos gestores municipais, prefeitos e câmaras de vereadores se apropriarem desse debate, principalmente no caso do aumento dos crimes de estupro.

Por fim, Rocha enfatizou que a segurança pública não é apenas uma questão do Estado, mas também envolve a participação das Secretarias de Saúde e Educação, principalmente no caso dos estupros, que têm como vítimas vulneráveis em 77% dos casos crianças e adolescentes até 14 anos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo