
Os candidatos a vereador e prefeito em todo o país já declararam ter recebido um montante total de R$ 5,37 bilhões, provenientes de recursos públicos e privados. No entanto, apenas 58,5% das candidaturas informaram ter recebido doações até o momento, o que equivale a 271.563 pessoas. Segundo a legislação, os candidatos precisam declarar as doações em até 72 horas, e os números atuais, parciais, ainda devem sofrer alterações nos próximos dias.
Até o momento, os recursos públicos prevalecem no financiamento das campanhas eleitorais, totalizando R$ 4,4 bilhões. Desse valor, R$ 4,3 bilhões foram provenientes do fundo eleitoral, distribuídos para 30,7% das candidaturas. Além disso, R$ 90,5 milhões vieram do fundo partidário, beneficiando apenas 1,13% dos concorrentes. Para este ano, estão reservados R$ 4,9 bilhões do fundo eleitoral e R$ 1,1 bilhão do fundo partidário, totalizando R$ 6 bilhões em recursos públicos disponíveis para uso nos dois turnos das eleições.
Além dos recursos públicos, foram destinados R$ 916,9 milhões em doações privadas, incluindo contribuições de pessoas físicas, autodoações e financiamento coletivo. Cerca de 40,3% das campanhas declararam ter recebido doações dessa natureza. Uma análise detalhada sobre a distribuição dos recursos eleitorais será realizada em uma live promovida pelo Congresso em Foco em parceria com o 72horas nesta segunda-feira (30), a partir das 11h.
Consulte a distribuição dos recursos entre os candidatos
Homens e brancos
O destino dos recursos até o momento tem sido majoritariamente favorável a candidatos brancos e do sexo masculino. Dos R$ 5,37 bilhões recebidos, 60,39% foram direcionados a candidaturas brancas, enquanto candidatos pardos receberam 30,73%. Já os pretos receberam 7,9% do montante e os indígenas, assim como candidatos autodeclarados amarelos, ficaram com 0,37%. Apesar de representarem a maioria, os candidatos negros receberam cerca de 38,63% dos recursos declarados até agora.
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Em relação ao gênero, a disparidade também é evidente. Homens, que compõem 66% das candidaturas, receberam 73,65% dos recursos, totalizando R$ 3,9 bilhões. Enquanto as mulheres, representando 34% das candidaturas, tiveram acesso a R$ 1,4 bilhão (26,35%) até o momento.
Os partidos que mais repassaram recursos aos seus candidatos até agora foram PL (R$ 855 milhões), PSD (R$ 600 milhões), União Brasil (R$ 565 milhões), MDB (R$ 531 milhões) e PT (R$ 493 milhões).
Estado com o maior eleitorado do país, São Paulo responde por 19,79% dos recursos recebidos até o momento pelos candidatos, totalizando mais de R$ 1 bilhão. Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná também receberam significativos investimentos em suas candidaturas.
Campeões em financiamento

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos estão entre os candidatos com campanhas mais caras até o momento, com recebimentos de R$ 44 milhões e R$ 50,6 milhões, respectivamente. Consulte a distribuição completa dos recursos entre os candidatos.
Em contrapartida, Pablo Marçal, nome controverso na disputa em São Paulo, declarou ter recebido R$ 5,9 milhões até o momento, todos provenientes de doações privadas.
As candidaturas à reeleição ficaram com 20,4% dos recursos totais, o que corresponde a R$ 1,1 bilhão. No total, as candidaturas a prefeito já receberam mais de R$ 3 bilhões, sendo a maior parte destinada a candidatos do sexo masculino.
Consulte a distribuição dos recursos entre os candidatos
Fundos eleitoral e partidário
O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, conhecido como fundo partidário, é composto por multas, doações de pessoas físicas e recursos orçamentários, totalizando R$ 1,1 bilhão disponíveis para os partidos neste ano. Já o fundo eleitoral, criado em substituição às doações de pessoas jurídicas, é composto por R$ 4,9 bilhões destinados às campanhas eleitorais.
A distribuição dos recursos dos fundos segue critérios específicos, garantindo repasses equitativos entre as legendas e candidatos, conforme determinado pela legislação eleitoral vigente.