Saúde dos professores no Brasil é precária, aponta livro da Fundacentro. Transtornos mentais são as principais causas de afastamento nas salas de aula.

Segundo Jefferson Peixoto da Silva, tecnologista da Fundacentro, estudos recentes mostram que os transtornos mentais têm assumido a primeira posição como causa de afastamento dos professores das salas de aula, superando os problemas vocais que eram mais prevalentes no passado.
Frida Fischer, professora da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou que os principais problemas enfrentados pelos professores são a perda de voz, a perda auditiva, os distúrbios osteomusculares e, mais recentemente, as doenças mentais. Essas são as principais causas de afastamento dos professores.
Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) revelou que muitos professores estão enfrentando problemas relacionados à saúde mental, o que pode ter sido agravado pela pandemia de Covid-19.
Outro fator que contribui para o adoecimento dos professores é a violência, como aponta Renata Paparelli, psicóloga e professora da PUC de São Paulo. Essa violência pode ser física, como agressões e tapas, ameaças e também resultante de um ambiente escolar prejudicial, como assédios relacionados à gestão escolar. Além disso, episódios de ataques contra as escolas também afetam a saúde dos professores.
Além da violência, a falta de recursos e condições adequadas também são fatores que contribuem para o adoecimento dos professores. Infraestrutura precária, salários baixos, jornadas excessivas e turmas superlotadas são alguns dos problemas que afetam diretamente a saúde dos professores.
Para Solange Aparecida Benedeti Penha, secretária de assuntos relativos à saúde do trabalhador da Apeoesp, é necessário fortalecer as denúncias e promover negociações entre sindicatos e governos para resolver essas questões. Ela defende a redução do número de alunos por sala de aula e a valorização dos professores como medidas para melhorar a educação.
Jefferson Peixoto da Silva destaca a importância de políticas públicas voltadas para o bem-estar dos professores. Ele ressalta que é fundamental pensar em medidas que abranjam todas as necessidades dos mais de 2 milhões de professores do Brasil, que vivem em diferentes regiões e situações. O livro aponta a importância de políticas públicas favoráveis às condições de saúde e trabalho dos professores.
Em suma, a saúde dos professores no Brasil é preocupante, com destaque para os problemas de ordem mental e os distúrbios de voz e osteomusculares. A violência e a falta de recursos e condições adequadas também são fatores que afetam a saúde dos professores. É fundamental que sejam pensadas políticas públicas que atendam às necessidades desses profissionais e melhorem suas condições de trabalho e saúde.